sábado, 20 de dezembro de 2008

ATUAÇÃO DO BIÓLOGO EM ÁREA SOCIAL

Segundo o ex-conselheiro do CRBIO-02, Celso Sanchez Pereira, "o biólogo é um profissional que tem espraiado suas áreas de atuação de uma forma muito intensa. E as novas demandas sociais, ambientais, de saúde, enfim, os problemas da pós-modernidade têm lhe porporcionado novas possibilidades."

Hoje resolvi abordar este assunto no blog para esclarecer pra quem ainda não sabe, que biológo (a) não é aquela pessoa que só pensa na preservação do meio ambiente. Claro, este é o foco principal, porém a atuação desse profissional vai muito além. Ele também é um profissional da área social, fazendo com que a gente veja a inserção do universo social dentro da temática ambiental.
Existe também a questão de que biólogo (dentro da área do meio ambiente) está sempre lidando com conflitos socioambientais, portanto não existe dentro da questão ambiental uma dissociação das discussões sociais. Mediante isso podemos afirmar que o biólogo é um profissional da área social, já que pode atuar intervindo diretamente na mediação da relação ser humano-natureza, seja na educação ambiental, seja na resolução de problemas socioambientais, no planejamento ambiental ou em qualquer área desse segmento.
Os biólogos mais jovens, que recém se formaram ou ainda estão na faculdade, são os que mais percebem essa dimensão social da biologia.
==> Texto baseado em informações extraídas do Informativo do Conselho Regional de Biologia da 2ª região (Rio de Janeiro/Espírito Santo), e Dezembro de 2007.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

A HORA E A VEZ DAS CIÊNCIAS DA TERRA

Os geocientistas são, hoje, essenciais na construção de um mundo sustentável. O espaço Unesco/Planeta dá início a uma série de artigos ligados ao Ano Internacional do Planeta Terra, atualmente em curso. Em todos eles, as ciências da Terra são protagonistas.




A raça humana precisa do seu planeta. Dele dependemos totalmente, uma vez que a partir dele evoluímos, e apenas existimos por cortesia do auto-sustentável Sistema Terra. A Terra é única, não só no Sistema Solar mas, tanto quanto sabemos, no universo acessível. Não é só o único planeta que temos - é também o único planeta vivo que conhecemos. A Terra fornece várias riquezas, sobre as quais temos muito mais a aprender - à medida que novas técnicas de pesquisa aparecem. Quanto mais aprendemos, mais compreendemos que, para a sobrevivência da Terra, devemos cuidar dela como cuidamos de nossos próprios filhos.


Tradicionalmente, os geocientistas estudam as rochas e os solos da Terra, tentando compreender a história do planeta e a sua estrutura. Tentam decifrar, a partir dos registros nas rochas, tudo o que aconteceu no passado, desde a origem do Sistema Solar, há 4,6 bilhões de anos. Procuram compreender os processos que criaram os minerais e as rochas, como os hidrocarbonetos e os metais, mas também como se formaram os solos, e mesmo a própria vida. Tendo como base esses dados, podem compreender a idade do mundo e da vida, e perceber como é recente o momento a partir do qual os seres humanos passaram a existir.Os geocientistas estão continuamente descobrindo e produzindo conhecimento de que todos nós desesperadamente necessitamos. Todas as matérias-primas de que a humanidade precisa e muito da energia que consome provêm da Terra - e são esses cientistas que as descobrem. Com seus trabalhos de investigação fundamental e aplicada, eles constituem hoje a maior base de dados que já existiu a respeito do passado e do presente da Terra. Sobre esses cientistas recai também a grande responsabilidade de manter o Sistema Terra em funcionamento, garantindo a sobrevivência da humanidade - e da própria vida. Por essa razão, as atividades que interferem no equilíbrio desse delicado sistema devem ser uma preocupação global para nós. As ciências da Terra estão, assim, na vanguarda da compreensão de como o Sistema Terra funciona e na promoção de políticas de segurança - exemplificadas pela Cúpula de Johannesburgo (2002) e pelo trabalho do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU) na Cúpula Mundial sobre a Sociedade de Informação (2002).Hoje em dia, o trabalho dos geocientistas consegue abarcar todas as interações entre terra, vida, água e ar na construção de todo o Sistema Terra. Assim, as ciências da Terra não apenas procuram explicar o passado do planeta, mas também ajudam a prever e a gerir seu futuro. Ao longo da história da Terra, muitos animais e plantas tornaram-se elementos geológicos - basta pensar na Grande Barreira de Coral ou nos depósitos mundiais de carvão. O homem constitui geologicamente, talvez, a espécie mais determinante de todas.Em seus trabalhos, os geocientistas continuamente descobrem e produzem conhecimento de que todos nós desesperadamente precisamos. Por exemplo, o homem atualmente move mais materiais na superfície terrestre do que todos os agentes erosivos naturais. Entretanto, nossa espécie está esgotando o solo, a água e os recursos combustíveis, causando inundações e secas, produzindo resíduos e gases que causam o efeito estufa - perturbando, assim, o equilíbrio dinâmico do planeta. Contudo, para oferecer à crescente população um futuro seguro e próspero, são necessárias pesquisas mais intensas por nutrientes, energia, água, minérios e materiais de construção.Esses recursos continuam a ser descobertos à medida que os cientistas desenvolvem seu conhecimento. Até agora, todas as previsões de esgotamento de tais recursos provaram estar erradas. Ainda não existe nenhuma razão para acreditar que a Terra não continuará a suprir nossas necessidades - desde que administremos esses recursos devidamente.Como podemos explorar e nos beneficiar dos recursos do planeta sem perturbar o correto funcionamento do Sistema Terra? Precisamos integrar nosso conhecimento sobre os diferentes subsistemas terrestres...

NO PASSADO, os cientistas tentaram dividir o Sistema Terra em "esferas" (subsistemas dentro de subsistemas). Mas, após termos separado o mundo mentalmente, chegou o momento de reuní-lo, para percebermos que, na realidade, ele funciona como um todo. Resolver os problemas ambientais globais exige investigação multidisciplinar. Um bom exemplo está na avaliação global dos gases-estufa, que não pode deixar de considerar a solubilidade desses gases em água (hidrosfera), o dióxido de carbono armazenado na madeira das grandes florestas (biosfera) ou o carbono presente nos materiais da geosfera, sobretudo nos depósitos de calcário, carvão, petróleo, gás, ou sob a forma de hidrato de metano. Não podemos ainda ignorar os vulcões, que produzem grandes quantidades de gases-estufa. Também não podemos simplesmente parar de queimar combustíveis. Uma quebra no fornecimento mundial de energia teria conseqüências humanas tão terríveis quanto uma mudança climática. A compreensão, pelos geocientistas, desses "depósitos de carbono" é igualmente vital para disponibilizar recursos de que os países precisam, a fim de proporcionar uma vida melhor a toda a população. O uso dos combustíveis fósseis implementou o progresso da civilização e melhorou enormemente o nível de vida da humanidade, mas impôs custos ambientais insustentáveis a longo prazo.As ciências da Terra estão na linha de frente na identificação dessas mudanças e na procura de formas de minimizar os problemas e de alternativas antes que seja tarde demais. Por exemplo, estão sendo feitas experiências destinadas a transformar o carvão - que contribui para o aquecimento global, quando queimado - em hidrogênio puro, sem o retirar do solo. Outra pesquisa que pode resolver o problema é a reinjeção do CO2 nas rochas de onde o combustível se originou.

A ajuda preciosa dos satélites

Várias novidades melhorarão nossa capacidade de observar o comportamento da Terra. Por exemplo, a medição minuciosa da gravidade recorrendo a satélites como o Grace (Gravity Recovery and Climate Experiment) aumentará nosso entendimento sobre os fluxos de massas, tais como o magma na crosta, a água nos oceanos e o degelo das plataformas polares. O Grace permitirá prever cheias com um monitoramento mais preciso do grau de saturação de uma bacia hidrográfica antes de a água chegar a determinadas áreas. A interferometria radar (tecnologia de observação de altitude capaz de captar a influência lunar sobre os continentes) permitirá detectar movimentos de terreno, estimulando a construção de estruturas de defesa e antecipando a ocorrência de desastres. Outras tecnologias emergentes poderão usar perturbações na ionosfera para flagrar atividade sísmica - incluindo a submarina. O desafio das ciências da Terra é combinar os novos dados e usá-los para visualizar, explicar e prever os fluxos de massa, as correntes do mar, a atividade vulcânica e tectônica e, por fim, a resposta da Terra à atividade humana. Assim, será possível prever os perigos geológicos e prevenir e minimizar as perdas e os danos que o mundo enfrenta.











Funcionários cuidam da manutenção de um dique, item essencial na vida da Holanda.

A ameaça das marés

Um enorme número de diques protege de inundações dois terços da Holanda. O governo planejou recentemente novas áreas residenciais para zonas situadas a uma cota entre 4 e 7 metros abaixo do nível do mar. Manter as ruas secas exige ainda um bombeamento adicional, a fim de fazer baixar o nível das águas no lodo e na argila onde as novas casas estão sendo construídas. Isso causa a subsidência da superfície, que é superior à taxa média de subida do nível do mar. Segundo os geocientistas, no século 22 só investimentos vultosos no controle das águas impedirão que as cidades de Amsterdã, Roterdã e Haia sejam submergidas. Nas próximas décadas, o conhecimento das formações geológicas da hidrogeologia, do comportamento dos rios Reno e Mosa e do Mar do Norte, bem como dos aspectos geotécnicos ligados ao bombeamento, à construção e à contenção de túneis, serão essenciais para planejar e implementar cenários seguros para o futuro da Holanda.











Acima, estação do metrô de Paris, exemplo de estrutura subterrânea segura.

Águas subterrâneas A água é um recurso fundamental. Embora 70% da superfície da Terra esteja coberta de água, apenas 2,5% corresponde a água doce, da qual grande parte está em glaciares e calotas polares. Isso deixa apenas 0,26% da água do planeta disponível para manter a humanidade. Quase 90% dessa fração encontra-se armazenada nos vazios existentes nas rochas sob a superfície. A maior parte da água subterrânea começa como chuva que penetra no solo e fica armazenada nas rochas permeáveis, ou aqüíferos. A necessidade crescente de água por parte da população e as várias atividades que a poluem impõem sérias ameaças a essa água. Além disso, tal como o povo de Bangladesh descobriu, nem toda a água subterrânea é potável.


ALÉM DE ENCONTRAR e explorar as riquezas da crosta, os cientistas também tornam possível a construção de grandes estruturas na superfície. Cerca de 70% da população mundial vive nas áreas costeiras - em solos arenosos, argilosos e lamacentos ao nível do mar. O conhecimento dos geocientistas é essencial para a construção de cidades, indústrias e barragens. Hoje em dia, à medida que a população urbana cresce, os engenheiros geotécnicos ajudam a construir estruturas subterrâneas seguras, como o túnel sob o Canal da Mancha, os metrôs de Paris ou Londres ou a linha ferroviária de alta velocidade de Tóquio.Num futuro próximo, o homem usará cada vez mais o subsolo para viver, viajar e armazenar, e por razões ambientais. Para isso, será necessário um melhor conhecimento da resposta do Sistema Terra a todas estas transformações. A subsidência (em meteorologia, a propriedade de uma massa de ar que baixa, fazendo a área de sua superfície aumentar, como ocorre no interior de um ciclone) devido à exploração de minas, o rebaixamento do nível de água subterrânea por extração excessiva ou a sismicidade induzida pela exploração de gás natural são alguns dos exemplos de como as atividades humanas podem causar efeitos adversos para os quais devemos estar preparados.
Autores: dr. Ted Nield (Geological Society of London), com prof. Edward Derbyshire, a partir de um trabalho original dos doutores Henk Leenaers (Netherlands Institute of Applied Geoscience TNO) e Henk Schalke.
PARA SABER MAIS Site:
www.yearofplanetearth.org


==> Matéria publicada no site http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/431/artigo99206-1.htm

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

AQUECIMENTO GLOBAL: A Terra pede socorro

A Hipótese de Gaia (Teoria de Gaia) foi criada nos anos 60 pelo cientista inglês James Lovelock. É altamente criticada por muitos cientistas. Segundo a teoria, a Terra (Gaia), é um organismo vivo e auto-regulador e como tal pode desfrutar de boa saúde ou simplesmente adoecer.
James Lovelock foi um dos primeiros ambientalistas a falar em aquecimento global, em 1989. Hoje ele acredita que o equilíbrio natural da Terra foi rompido pelo aquecimento global, tese desenvolvida no livro “A Vingança de Gaia”, lançado em 2006. O livro tem uma linguagem bem acessível, podendo ser indicado a todos os interessados no tema.


Leia abaixo o artigo “Aquecimento Global – A Terra Ardente”, extraído do site http://www.terra.com.br/revistaplaneta/edicoes/414/mata_414.htm (as fotos também são deste site).

AQUECIMENTO GLOBAL - A Terra ardente

Num artigo apavorante e ao mesmo tempo esclarecedor, James Lovelock, renomado cientista especializado em análises ambientais, adverte: “A Terra está entrando em um estado febril que pode durar mais de 100 mil anos”.














POR JAMES LOVELOCK - FOTOS: GREENSPEACE


Imagine um policial novato extremamente entusiasmado com o cumprimento de seu dever. Imagine agora que ele tenha de dizer a uma família que seu filho foi brutalmente assassinado a pauladas. Ou então, pense em um médico que recebe a incumbência de lhe dizer que você tem um tumor maligno em metástase. Os médicos e policiais sabem que algumas pessoas aceitam a verdade com dignidade. Mas também sabem que outras tentarão negá-la veementemente, mesmo sabendo que isso não mudará a realidade.Sejam quais forem as reações, sem dúvida, dar notícias ruins é sempre uma tarefa difícil. Nós nos sentimos aliviados quando é um juiz quem dá uma sentença de pena de morte. Afinal, temos o conforto de ao menos saber que essa decisão tem uma justificativa moral. Já os médicos e os policiais não têm nenhuma válvula de escape ao cumprir seus deveres. Por essa mesma razão, esse é, para mim, o artigo mais difícil que eu já tive de escrever.
A hipótese que desenvolvi, conhecida como Teoria de Gaia (ver box), entende a Terra como um superorganismo vivo. Como tal, esse organismo pode desfrutar de boa saúde ou simplesmente adoecer.
A Teoria de Gaia fez de mim um médico planetário e o que faço aqui é uma séria análise técnica. Nesse momento, tenho a obrigação profissional de trazer uma má notícia a vocês: os centros de análises climáticas em todo o planeta, que são os equivalentes aos laboratórios de patologia dos hospitais, analisaram as condições físicas da Terra e constataram que ela sofre de uma grave doença. Ela está a ponto de contrair uma febre fatal que poderá durar cerca de 100 mil anos.
Como médico, devo dizer a você, que é membro dessa grande família chamada Terra, que toda a sua civilização está correndo um grave perigo.
Nos últimos três bilhões de anos nosso planeta manteve-se saudável e apto a permitir o desenvolvimento da vida de modo natural. Mas nós poluímos e arranhamos em excesso esse paciente, e o fizemos num momento em que o Sol está superaquecido. Assim, provocamos em Gaia uma febre que agora está se transformando em estado de coma. A Terra já passou por uma situação trágica como essa e demorou mais de 100 mil anos para se recuperar. Nós somos responsáveis por essa nova onda febril e sofreremos duramente as suas conseqüências.

MORTANDADE DE PEIXES (foto) - Provocada pelo aquecimento global, a intensa seca atingiu a Amazônia em outubro de 2005 matou, só no Lago do Rei, no município de Várzea (AM), cem toneladas de peixes.

Se continuarmos nesse ritmo que conduz ao desequilíbrio ambiental, ainda neste século, a temperatura se elevará em cerca de 8ºC nas regiões temperadas e 5ºC nos trópicos. Grande parte da massa tropical da Terra se tornará deserta, limitando ainda mais os seus mecanismos de auto-regulação. Some-se a isso o fato de que já devastamos 40% de sua superfície com as atividades industriais e agropecuárias e as perspectivas se tornam ainda mais sombrias. Curiosamente, a poluição causada pelo uso de aerossóis no Hemisfério Norte reduz o aquecimento global ao criar uma camada que reflete a luz solar de volta ao espaço. Esse “escurecimento global” é transitório e poderá desaparecer em pouco tempo, deixando-nos inteiramente expostos ao calor da estufa global. Nesse momento, vivemos um clima enganoso, que é mantido acidentalmente fresco pela camada de poluentes. Porém, o desenlace mais provável é que bilhões de pessoas morrerão antes do final do século 21. Os únicos sobreviventes serão os povos que habitam a região do Ártico, onde o clima ainda permanecerá tolerável. Nós não estamos percebendo que a Terra regula sintomaticamente seu clima e sua composição. Estamos cometendo um erro gravíssimo ao tentar cuidar, nós mesmos, dessa tarefa, como se estivéssemos no comando desses mecanismos reguladores altamente complexos.
Essa tentativa descabida nos condena ao pior tipo de escravidão.Se nos elegermos como administradores do planeta, automaticamente nos tornaremos responsáveis por manter sua atmosfera, oceanos e superfícies sempre favoráveis à vida. Logo descobriremos que essa é uma tarefa impossível de ser realizada. Afinal, temos retribuído com devastação desenfreada a todas as comodidades que o planeta nós tem graciosamente oferecido por milênios.Para compreender como essa tarefa é impossível, pense como você, caso estivesse gravemente adoecido, poderia regular sua própria temperatura ou a composição de seu sangue sem ajuda médica. Pessoas que têm rins debilitados conhecem bem a interminável dificuldade diária de ajustar equilibradamente as entradas de água, sal e proteínas no organismo. O apoio tecnológico da diálise pode até ajudar, mas está longe de se comparar com a qualidade garantida por rins que funcionam saudavelmente.
Em meu novo livro, “A Vingança de Gaia”, faço uma extensa análise dessas questões. No entanto, você ainda pode estar se perguntando: “Por que a ciência demorou tanto tempo para reconhecer a verdadeira natureza da Terra?”Acredito que seja porque a visão de Darwin foi tão clara e tão bem elaborada que, até hoje, estamos assimilando os seus conceitos. Contudo, vale lembrar que, quando ele desenvolveu a Teoria da Evolução das Espécies, o conhecimento sobre a química da atmosfera e dos oceanos ainda era muito limitado. Darwin não dispunha de informações suficientes para saber que os organismos vivos tanto podem se adaptar ao meio ambiente como podem, também, provocar alterações nele.Se Darwin soubesse que a vida e o meio ambiente estão conectados de maneira tão íntima, ele veria que a evolução envolve não apenas os organismos vivos, mas a superfície planetária como um todo.


GLACIARES DESAPARECEM Na foto superior, um glaciar da Patagônia argentina em 1928. Embaixo, em foto tirada do barco Artic Sunrise, do Greenspeace, o mesmo glaciar na atualidade. O retrocesso do gelo é evidente.


Nós vimos a Terra do espaço e, lá de cima, pudemos percebê-la como um organismo vivo. Sabemos que não podemos poluir o ar ou usar a superfície terrestre – os ecossistemas de suas florestas e oceanos – como uma mera fonte de produtos para nos alimentar e fornecer mais conforto. Sabemos instintivamente que esses ecossistemas devem ser preservados porque fazem parte da Terra viva. Sendo assim o que deveríamos fazer? Primeiramente, temos de nos conscientizar do ritmo acelerado em que as mudanças ambientais estão ocorrendo. E também de como temos pouco tempo para agir se quisermos evitar o pior. Diante da urgência desse quadro, cada comunidade e cada nação devem fazer o melhor uso de seus recursos para garantir a sobrevivência da civilização pelo maior tempo possível. A civilização é movida a energia e nós não podemos simplesmente desligá-la. Portanto, necessitamos de uma redução de consumo em bases seguras. Devemos ser conscientes de que devemos pensar na humanidade como um todo e não apenas em nós mesmos.
A mudança ambiental é global, mas cada região do globo tem suas particularidades. Eu, por exemplo, moro na Inglaterra. Nós, cidadãos britânicos, temos de tratar das conseqüências aqui no Reino Unido. Infelizmente, temos tantas áreas urbanizadas em nossa nação que hoje somos praticamente uma única grande cidade. Restaram pouquíssimas áreas para a agricultura e para a preservação das florestas.
Assim, nós ingleses, dependemos do mundo para sobreviver. A mudança climática irá nos negar as fontes de alimento e de combustível que vêm de outros países. Na Inglaterra, podemos até crescer mantendo um nível de consumo como o que adotamos durante a Segunda Guerra Mundial. Mas chega a ser ridícula a idéia de que meu país tem terra suficiente para produzir biocombustíveis ou para implantar fazendas movidas à energia eólica.



EXTINÇÃO DE ESPÉCIES - Espécies delicadas como o beija-flor nectarina, da África do Sul, serão duramente afetadas pelo efeito estufa e poderão se extinguir.

Tenho certeza de que nós, ingleses, faremos de tudo para sobreviver. Mas infelizmente não vejo os Estados Unidos ou as grandes economias emergentes, como a China e a Índia, voltando no tempo. O pior é que sabemos que esses países são os que mais emitem gases na atmosfera. A catástrofe irá ocorrer e os sobreviventes terão de se adaptar a um clima infernal. O mais triste de tudo é que Gaia perderá muito mais do que nós. Não serão apenas animais selvagens e ecossistemas inteiros que irão desaparecer: desaparecerão também preciosos recursos necessários ao desenvolvimento da civilização.


Na nossa relação com a Terra, não somos meramente uma doença. Com nossa inteligência e nossa capacidade de comunicação, somos o sistema nervoso do planeta. Através de nós, Gaia foi vista do espaço e ganhou consciência de seu lugar no Universo. Devemos, portanto, ser o coração e a mente da Terra e não a sua doença. Teremos de ser fortes e parar de pensar unicamente em nossos direitos e necessidades. Precisamos tomar consciência de que prejudicamos a vida na Terra e temos de fazer as pazes com Gaia. Devemos fazer isso enquanto ainda somos fortes o bastante para negociar, e não quando formos hordas descabeçadas, conduzidas por brutais Senhores da Guerra. Sobretudo, devemos recordar que somos parte da Terra e que ela é, antes de mais nada, o nosso lar.

sábado, 6 de dezembro de 2008

TARTARUGAS MARINHAS - seu maior predador é o bicho homem



As tartarugas marinhas são répteis belíssimos que habitam águas tropicais. São melhores adaptadas às águas frias graças à sua derme grossa e oleosa. São animais carnívoros, alimentando-se basicamente de águas-vivas e, devido à sua alimentação, elas freqüentemente confundem sacos plásticos com as águas-vivas correndo o risco de morrerem por causa da ingestão dos mesmos. São animais muito grandes, podendo atingir 2 m de comprimento e até 600 kg.
Graças a algumas ações do homem, elas estão ameaçadas de extinção. Confira abaixo algumas das ameaças sofridas pelas tartarugas marinhas, segundo o Projeto Tamar.




TARTARUGAS MARINHAS - AMEAÇAS
(Texto extraído do site do Projeto Tamar: http://www.tamar.org.br/ta_ameacas.asp)


De cada mil filhotes que nascem, somente um ou dois conseguem atingir a maturidade. Os obstáculos naturais que eles enfrentam, mesmo quando se tornam juvenis e adultos, são impressionantes. Mas o principal predador ainda é o homem, o maior responsável pelo risco de extinção sofrido pelas tartarugas marinhas.

Ameaças Naturais

Os primeiros predadores naturais são raposas, caranguejos, formigas e raízes de plantas, que invadem ovos e filhotes ainda no ninho. Ao nascerem, os filhotes se tornam vulneráveis à predação por aves, caranguejos e por uma série de predadores no oceano.
Na maturidade, as tartarugas marinhas são relativamente imunes à predação, a não ser pelo ataque ocasional de tubarões.
A exceção é a desova, o momento mais vulnerável na vida de uma fêmea adulta, pois é quando ela está fora de seu habitat, o mar, tornando-se assim mais lenta e indefesa, podendo ser atacada pelo homem e alguns animais terrestres silvestres e domésticos.


Ameaças Causadas pelo Homem

Nenhuma ameaça natural é capaz de representar perigo de extinção para as tartarugas marinhas. São as atitudes predatórias do homem que as colocaram nessa situação de risco.

Caça e Coleta de Ovos

Até a década de 80, era um hábito comum matar tartarugas marinhas para se consumir a carne e usar o casco para fazer armações de óculos, pentes e enfeites como pulseiras, anéis e colares. Geralmente elas eram capturadas quando subiam à praia para desovar. Também os ovos eram retirados, pelos habitantes dessas praias, para alimentação. Hoje essas práticas não acontecem mais nas áreas de atuação do Projeto TAMAR.

Pesca

A pesca incidental é atualmente a principal ameaça às tartarugas marinhas. Presas incidentalmente nas redes (ou outras artes de pesca, como currais, arrastos, anzóis) e portanto sem poder subir à superfície para respirar, as tartarugas acabam desmaiando ou mesmo morrendo afogadas.
Entre todas as artes de pesca, as industriais representam a maior ameaça. Dessas, a pesca de arrasto de camarão é considerada, em todo o mundo, uma das mais predatórias, sendo seguida pelo espinhel. Um dispositivo de escape chamado TED tem sido aplicado às redes de arrasto, na tentativa de reduzir as mortes.
A educação ambiental é outra estratégia importante. O TAMAR desenvolve há anos a campanha educativa
Nem Tudo que Cai na Rede é Peixe, ensinando o pescador a reanimar a tartaruga e devolvê-la ao mar.
Sombreamento
Construções altas e plantações em grande parte no litoral podem aumentar significativamente o sombreamento das praias de desova, diminuindo a temperatura média da areia e podendo provocar um aumento no número de filhotes machos.


Iluminação Artificial

A incidência de luz artificial nas praias, resultado da expansão urbana sobre o litoral, prejudica as fêmeas e filhotes. Muitas fêmeas deixam de desovar se a praia está iluminada demais. Os filhotes, por sua vez, ficam desorientados com as luzes artificiais, que o atraem mais do que a luz natural do horizonte, fazendo-os caminhar para o continente ao invés do mar, onde fatalmente são atropelados ou morrem de desidratação.
Por isso o TAMAR conseguiu aprovar leis que impedem a instalação de novos pontos de luz em áreas de desova e hoje faz uma campanha para substituição, nessas áreas, das luminárias convencionais por outras, especialmente desenhadas, para que a luz não incida diretamente sobre a praia.


Trânsito de veículos nas praias de desova

O trânsito de veículos nas praias de desova pode aumentar a mortalidade nos ninhos de tartarugas. A compactação da areia impede a subida dos filhotes após a eclosão dos ovos. Além disso, as marcas de pneus na areia dificultam a caminhada dos filhotes em direção ao mar e o risco de atropelamento é constante. É proibido o trânsito de veículos nas principais áreas de desova das tartarugas marinhas no litoral.

Poluição

A poluição das águas por elementos orgânicos e inorgânicos, como petróleo, lixo, esgoto, interfere na alimentação e locomoção e prejudica o ciclo de vida desses animais, constituindo-se numa das principais ameaças direta e indireta, pois degradam o ambiente marinho como um todo.




Imagens extraídas dos sites:

http://refugioanimal.zip.net/images/Tartaruga_Marinha.jpg
http://oglobo.globo.com/fotos/2008/03/28/28_MVG_tarta3.jpg
http://www.rotasedestinos.com.br/atracao.php?atracao=1095

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

ALGAS QUE MOVEM MOTORES

--> Microalgas do nordeste brasileiro são coletadas para estudo
--> Pesquisa desenvolvida pela Petrobras visa a produção de combustível no futuro
--> As algas capturam carbono da atmosfera e não precisam de campos agrícolas

As águas salinizadas do Rio Grande do Norte guardam um tesouro: milhares de microalgas que nem sequer são visiveis a olho nu, mas, quando coletadas e tratadas, podem gerar biodiesel com alta produtividade.
As vantagens das microalgas vão além. Diferentemente da cana-de-açúcar e outros vegetais também utilizados na produção de biocombustiveis, elas são capazes de crescer e se reproduzir em tanques - ou seja, elas nã usam espaço agrícola para ser cultivadas. Sem contar que, em grande quantidade, as microalgas são poderosas armas de captura de carbono, espécies de "filtros" que retiram o CO2 do ar e devolvem oxigênio.
As pesquisas do biocombustível a partir de microalgas estão sendo conduzidas pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (cenpes), em paceria com a Universidade Federal de Rio Grande (Furg) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), apenas em laboratório. "É preciso saber quais as melhores espécies para essa finalidade. Há muitas que ainda nem sequer foram catalogadas", afirma o oceanógrafo Leonardo Brantes Bacellar.

==> Informativo da Petrobras, Revista Super Interessante - Edição 256 - Pág. 22 - Setembro/2008.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Balada Sustentável

SE ACABAR NA PISTA VIROU QUESTÃO DE ECOLOGIA

Ficar dançando até 5 da manhã pode esgotar a sua energia. Mas pode ajudar a iluminar o mundo - ou pelo menos um pedacinho dele. Acaba de ser inaugurada em Londres uma casa noturna em que a eletricidade não vem da tomada: vem da animação da galera. Tudo graças a uma pista de dança piezoelétrica, que consegue transformar o movimento das pessoas em eletricidade. Conforme elas dançam, pressionam a pista com os pés. Aí o chão, que e feito com uma cerâmica especial, sofre uma pequena deformação (imperceptível para quem está dançando). E isso gera energia elétrica para alimentar o som e a luz da boate. Segundo seus criadoes, a pista high tech consegue gerar até 60% de toda eletricidade consumida pel clube, que se chama Surya ("Deus -Sol", em sâncrito). Mas o que acontece se o dj não empolgar a galera e ninguém entrar na pista? Acaba a luz? Para evitar que isso aconteça, a boate conta com um sistema de baterias, painéis de energia solar e uma turbina eólica. Somando tudo isso, os donos do clube dizem que a eletricidade dá e sobra - o excedente é doado aos imóveis vizinhos. Mas a temática ecológica não pára por aí. As paredes do Surya são sensíveis ao calor e mudam de cor quando a casa está cheia e, literalmente, "fervendo" - a idéia é fazer uma referência ao aquecimento global. No banheiro, as descargas e tornceiras utilizam água de chuva. E como não poderia deixar de ser, todos os vidros, metais, plásticos e papéis são reciclados. Já o bar causa certo estranhamento. Só serve bebidas orgânicas, feitas sem nenhum tipo de agrotóxico ou produto químico, e seu destaque é bem esquisito: uma tal de "biocerveja".

Revista Super Interessante - Edição 256 - Pág. 46 - Setembro/2008.
Texto de Anna Balloussier



==> Apesar de não ser notícia nacional, achei interessante compartilhá-la, pois a idéia é boa e se pegar no Brasil será melhor ainda. Até a cerveja é ecologicamente correta. A energia gasta pelas pessoas é reaproveitada, a água da chuva também.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

A Ciência tem por objetivo desvendar os mistérios do mundo e as leis que o regem. Está muito relacionada com cultura e educação, pois tanto uma quanto a outra variam muito de um país para outro, influenciando no desenvolvimento da ciência.
Ela está nas mãos de quem possui educação e almeja mudar o mundo onde vive.
No Brasil, a ciência vem se desenvolvendo de maneira satisfatória, embora a educação ainda esteja defasada em relação a outros países.

Como futura bióloga, postarei mais assuntos relacionados a minha área, mas sugestões de assuntos em outras áreas da ciência serão bem aceitos.