domingo, 12 de julho de 2009

Detalhes - Roberto Carlos (interpretada por Ivete Sangalo)

"... mas 'quase' também é mais um detalhe..."

Detalhes
Roberto Carlos
Composição: Roberto e Erasmo


Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito tempo
Em sua vida
Eu vou viver...

Detalhes tão pequenos
De nós dois
São coisas muito grandes
Prá esquecer
E a toda hora vão
Estar presentes
Você vai ver...

Se um outro cabeludo
Aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer
Saudades minhas
A culpa é sua...

O ronco barulhento
Do seu carro
A velha calça desbotada
Ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim...

Eu sei que um outro
Deve estar falando
Ao seu ouvido
Palavras de amor
Como eu falei
Mas eu duvido!
Duvido que ele tenha
Tanto amor
E até os erros
Do meu português ruim
E nessa hora você vai
Lembrar de mim...

A noite envolvida
No silêncio do seu quarto
Antes de dormir você procura
O meu retrato
Mas da moldura não sou eu
Quem lhe sorri
Mas você vê o meu sorriso
Mesmo assim
E tudo isso vai fazer você
Lembrar de mim...

Se alguém tocar
Seu corpo como eu
Não diga nada
Não vá dizer
Meu nome sem querer
À pessoa errada...

Pensando ter amor
Nesse momento
Desesperada você
Tenta até o fim
E até nesse momento você vai
Lembrar de mim...

Eu sei que esses detalhes
Vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma
Todo amor em quase nada
Mas "quase"
Também é mais um detalhe
Um grande amor
Não vai morrer assim
Por isso
De vez em quando você vai
Vai lembrar de mim...

Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito
Muito tempo em sua vida
Eu vou viver
Não, não adianta nem tentar
Me esquecer...




Fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=_vFHri5ptiM
http://letras.terra.com.br/roberto-carlos/6971/

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Mais uma vez - Marisa Monte

"... tô com saudades no meu coração..."


Mais Uma Vez
Marisa Monte
Composição: Indisponível


Mais uma vez eu vou te deixar
Mas eu volto logo pra te ver
Vou com saudades no meu coração

Mando notícias de algum lugar...

Eu sei, que muitas vezes te fiz esperar demais
Mas mesmo na distância o meu pensamento voa longe demais
Fico imaginando você sofrendo na solidão

Uoouuuu

Quando eu vou deitar penso em você em seu quarto dormindo

Ahhhh

Longe de você meu bem, longe da alegria
Longe de você meu bem, longe do nosso lar .... (2x)

Mais uma vez eu vou te deixar
Mas eu volto logo pra te ver
To com saudades no meu coração

Mando notícias de algum lugar...

Eu sei, que muitas vezes te fiz esperar demais
Mas mesmo na distância o meu pensamento voa longe demais
Fico imaginando você sofrendo na solidão

Uoouuuu

Quando eu vou deitar penso em você em seu quarto dormindo

Ahhhh

Longe de você meu bem, longe da alegria
Longe de você meu bem, longe do nosso lar .... (2x)
Mais uma vez...






Fontes:
http://www.youtube.com/watch?v=yOimp_Swqd4&eurl=http%3A%2F%2Fwww%2Eorkut%2Ecom%2Ebr%2FFavoriteVideoView%2Easpx%3Fuid%3D568352211483165673%26ad%3D1246815915&feature=player_embedded
http://letras.terra.com.br/marisa-monte/102290/

terça-feira, 30 de junho de 2009

Questão de Grau B da cadeira "Atualidade Latino-americana, Cidadania e Educação". Estou postando esta questão para que possamos refletir um pouco sobre o que nos cerca e chegar a conclusão de que existe muito mais do que o "mesmo".
Devemos limitar nossos alunos ao "feijão com arroz" cultural ou devemos ampliar seus horizontes mostrando que além das fronteiras geográficas e até mesmo do preconceito existem culturas tão maravilhosas quanto as que estamos habituados a conhecer?

As múltiplas culturas da América Latina são apaixonantes. Como curiosa e amante de novas culturas, sempre fui atrás do diferente, do novo, do desconhecido, antes mesmo de cursar esta cadeira. Tenho um blog que fala de cultura e ciência do Brasil mas, sempre que possível, dou uma pincelada em assuntos relacionados a literatura e música latino-americanas, a fim de difundir um pouco os fascinantes aspectos dessas culturas tão próximas e ao mesmo tempo tão desconhecidas por nós.

Estamos tão acostumados e familiarizados a filmes hollywoodianos, a bandas americanas e até mesmo filmes e bandas européias, que quando temos acesso a esse tipo de material produzido em território latino-americano, estranhamos. Se nos habituarmos a buscar esse tipo de material latino-americano, veremos que são tão bons quanto os que chegam até nós sem que percebamos. O Chile, por exemplo. Tem poetas imortais, como Pablo Neruda. Graças a Internet temos fácil acesso à música deles, que a cada dia que passa conta com mais músicos e bandas talentosos. O Chile teve todo aquele período de ditadura, de opressão e talvez até por isso que eles têm bons escritores e poetas representando sua literatura, bem como representantes da música atual. Em momentos de crise e de sofrimento é que deixam bons escritos e inspiram muitos músicos, como forma de desabafar, de poder se expressar em meio a tantos acontecimentos.

O Uruguai também é um país com uma cultura fantástica. Tem grandes escritores, como Eduardo Galeano, que conseguem expressar bem as múltiplas realidades da América Latina.

O nosso Nordeste também é fantástico culturalmente. Não são apenas belas praias que tornam essa região encantadora. Apesar do preconceito que os próprios brasileiros tem sobre essa região, ela é culturalmente riquíssima. Estados como Pernambuco têm muito a nos ensinar. Tem toda a questão do folclore deles e até mesmo da música.

Como futura educadora, me sinto no dever de compartilhar as maravilhas da América Latina com meus alunos. Na minha época de escola, não tive acesso a cultura latino-americana como gostaria. Acabei me apaixonando por ela por que fui atrás, através da literatura, música, filmes, e até mesmo da culinária.

Não precisamos (e não devemos) ficar no "feijão com arroz" com nossos alunos, ensinando apenas o que está no currículo. Penso que devemos despertar o espírito investigativo nos alunos com relação aos países que nos cercam. Afinal, somos latino-americanos, não europeus ou norte-americanos. Em nosso próprio país existem múltiplos "Brasis". De um estado para outro a cultura já muda muito. Não é justo privarmos nossos alunos de tanta diversidade. Cada estado do Brasil, cada país da América Latina tem suas particularidades, suas belezas, suas culturas, suas dificuldades, suas riquezas e pobrezas.

Na própria biologia, por exemplo. Quando for falar sobre as aves, não devo me limitar a falar das aves que ocorrem no Rio Grande do Sul. O Peru está em primeiro lugar no quesito diversidade de espécies de aves, no mundo. É possível traçar um paralelo sem perder o foco.

Já era uma apaixonada pela cultura latino-americana. Depois dessa cadeira, tornei-me amante, principalmente por causa dos estudos de cada país. Existe muita pobreza, a educação nem sempre é como deveria ser. Apesar disto, cada país tem suas riquezas (não apenas econômicas), seus costumes, sua história, e isto me encanta.
* Pergunta e resposta de minha autoria.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Gramadozoo

Novo conceito em zoológico. O Gramadozoo é uma boa pedida para quem for visitar Gramado neste inverno. Final de semana passado o zoo ganhou novos hóspedes, os pinguins-de-magalhaes que vieram da Argentina (foram recolhidos em Florianópolis e levados ao Gramado Zoo).
Com a proposta de agregar ao turismo da Serra, Gramadozoo contempla bem-estar animal, pesquisa, educação ambiental e entretenimento.
O Brasil ganhou um novo zoológico, o Gramadozoo. O parque da Serra Gaúcha, no entanto, não é apenas um espaço turístico recreacional. Em funcionamento desde setembro de 2008, o Gramadozoo traz um novo conceito para o segmento. Bem-estar animal, pesquisa, educação e conservação ambiental são os pilares que norteiam as atividades do empreendimento. No lugar das grades e jaulas, vidros blindados e enormes viveiros de imersão reproduzem com fidelidade o habitat das espécies.Com alta preocupação ambiental e enquadrado na categoria A do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA), o Gramadozoo inova também ao apresentar animais exclusivamente da fauna brasileira, que possui a maior biodiversidade do planeta. Atualmente, vivem no parque 1.500 animais. No zoo gramadense, espécies em extinção recebem cuidados especiais para reprodução e pesquisa. Com hospital veterinário, berçário e ambientes especiais para os animais de clima quente, o zoológico possui uma equipe especializada de biólogos, veterinários e educadores ambientais, que proporcionam aos visitantes uma perfeita harmonia entre homem e natureza.Durante o percurso de 1.200 metros do zoo, o visitante recebe informações através dos educadores ambientais, das placas ilustrativas com fácil leitura, que ajudam o empreendimento a cumprir uma de suas principais metas: a educação ambiental.Outra grande novidade é a visitação no período da noite, o que permite uma experiência única de observação de espécies com hábitos noturnos, oferecendo uma opção totalmente diferenciada no segmento.Para virar referência, foram cinco anos até a abertura do parque ao público: três anos de pesquisa e dois de construção, o que dá uma idéia dos cuidados envolvidos na implantação do Gramadozoo.Com uma vista magnífica dos vales, o restaurante do Gramadozoo – em formato de oca indígena – tem capacidade para atender mais de 200 pessoas e oferece o famoso “Guabi” (crepe). O parque conta ainda com exclusiva loja de produtos que valorizam a fauna brasileira, onde parte do valor arrecadado é revertido para pesquisa e conservação de espécies ameaçadas de extinção.O parque, que fica a 700 metros do pórtico de entrada da cidade na RS-115, disponibiliza infra-estrutura de altíssimo nível, totalmente adaptada para portadores de necessidades especiais.
Fontes:

domingo, 21 de junho de 2009

Febre Amarela

Pessoal! Estou postando este vídeo (autoria do vídeo está no final do mesmo) para conscientizá-los do grande equívoco que muitas pessoas estão cometendo: o bugio NÃO transmite febre amarela ao homem.


Boa semana a todos!

Versos Simples - CHIMARRUTS

HISTÓRIA DA BANDA

Banda gaúcha de reggae.
Oito pessoas, oito sonhos, oito caminhos que se encontraram. Essas oito pessoas que tocavam, cantavam e tomavam chimarrão nos parques de Porto Alegre reslveram montar uma banda, que começou sua trajetória em meados de 2000.
A banda tem músicas próprias, que tratam de amor e de paz.
"... das coisas que trago no peito..."


Versos Simples
Chimarruts
Composição: Cassiane Silva / Richardson Maia


Sabe, já faz tempo
Que eu queria te falar
Das coisas que trago no peito
Saudade, já não sei se é
A palavra certa para usar
Ainda lembro do seu jeito

Não te trago ouro
Porque ele não entra no céu
E nenhuma riqueza deste mundo
Não te trago flores
Porque elas secam e caem ao chão
Te trago os meus versos simples
Mas que fiz de coração




Fontes:


http://letras.terra.com.br/chimarruts/406595/

http://www.youtube.com/watch?v=3syYALdjE7M

www.chimarruts.com.br

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O Tempo Não Pára

"O tempo não pára... Não pára, não, não pára..."

O Tempo Não Pára
Composição: Cazuza / Arnaldo Brandão

Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou um cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando uma agulha num palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára




Fontes:
http://letras.terra.com.br/cazuza/45005/
http://www.youtube.com/watch?v=jSXMHJLVdGk

Codinome Beija-Flor

"A nossa música nunca mais tocou..."

Codinome Beija-Flor
Composição: Cazuza / Ezequiel Neves / Reinaldo Arias


Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou...

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor




Fontes:
http://letras.terra.com.br/cazuza/468416/
http://www.youtube.com/watch?v=mIGhPJG9cR4

Cazuza - O garoto de Ipanema

No início dos anos 80, um garoto dourado do sol de Ipanema surpreendeu o cenário musical brasileiro. À frente de uma banda de rock cheia de garra, começou a dar voz aos impulsos de uma juventude ávida de novidades. Ele, Cazuza, era a grande novidade. O Brasil saía de um longo ciclo ditatorial e vivia um clima de democracia ainda incipiente, mas suficiente para liberar as energias contidas. Cazuza desempenhou um papel importante nesse processo. E quando as misérias e mazelas nacionais foram se desnudando, ele respondeu sem meias palavras.A expressão de sua repulsa diante desse quadro só pode ser comparada à coragem com que lutou por sua vida, no enfrentamento público da Aids. Lições de indignação e de dignidade; de como levar a vida na arte e "ser artista no nosso convívio". No pouco que viveu, Cazuza deixou uma obra para ficar. Bebeu na fonte da tradição viva da MPB para recriar, num português atual e espontâneo, cheio de gírias, e num estilo marcadamente pessoal, a poesia típica do rock. Com justiça, foi chamado de o poeta da sua geração.

Na definição do dicionário, "cazuza" é um vespídeo solitário, de ferroada dolorosa. Deriva daí, provavelmente, o outro significado que o termo tem no Nordeste: o de moleque. Foi por isso que João Araújo, de ascendência nordestina, certo de que sua mulher Lúcia teria um menino, começou a chamá-lo de Cazuza, mesmo antes de seu nascimento. Batizado como Agenor de Miranda Araújo Neto, desde cedo o menino preferiu o apelido. O nome ele só viria a aceitar mais tarde, ao saber que Cartola, um dos seus compositores prediletos, também se chamava Agenor. Nascido a 4 de abril de 1958, no Rio de Janeiro, Cazuza foi criado em Ipanema, habituado à praia. Os pais - ele, divulgador da gravadora Odeon; ela, costureira - não eram ricos mas o matricularam numa escola cara, o colégio Santo Inácio, dos padres jesuítas. Como às vezes tinham que sair à noite, o filho único se apegou à companhia da avó materna, Alice. Quieto e solitário, foi um menino bem-comportado na infância. Na adolescência, porém, o gênio rebelde do futuro roqueiro se manifestaria. Cazuza terminou o ginásio e o segundo grau a duras penas, e, depois de prestar vestibular para Comunicação, só porque o pai lhe prometera um carro, desistiu do curso em menos de um mês de aula. Já vivia então a boemia no Baixo Leblon e o trinômio sexo, drogas e rock 'n' roll. Que ele amasse Jimi Hendrix, Janis Joplin e os Rolling Stones, tudo bem. Mas vir a saber que se drogava e que era bissexual, isso, para a supermãe Lucinha, não foi nada fácil. Assim como não foi, para o pai, ter que livrá-lo de prisões e fichas na polícia, por porte e uso de drogas. João Araújo não queria o filho na vagabundagem e, em 1976, arrumou emprego para ele na gravadora Som Livre, onde já era presidente. Lá, Cazuza trabalhou no departamento artístico, fazendo a primeira triagem de fitas de cantores novos, e na assessoria de imprensa. Depois foi divulgador de artistas na gravadora RGE, e, após sete meses de um curso de fotografia na Universidade de Berkeley, deu alguns passos como fotógrafo. Mas nada disso o satisfazia. Graças, contudo, a um outro curso - de teatro, dado pelo ator Perfeito Fortuna (grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone) - Cazuza acharia o seu papel. Não seria representar, mas cantar. É que na montagem da peça "Pára-quedas do coração", conclusão do curso, tudo o que ele fez foi soltar a voz, vindo a gostar muito da experiência. Afinal, música ele já respirava desde criança. Em casa mesmo, se acostumara a conviver com a presença de estrelas da MPB que seu pai produzia. Por que não se tornar também uma delas? Só faltava achar a sua turma.

Roberto Frejat, guitarrista; Dé, baixista; Maurício Barros, teclados; Guto Goffi, baterista. Era 1981 e esses garotos precisavam de um vocalista para completar sua banda. Os ensaios aconteciam na casa de um deles no bairro de Rio Comprido, onde um dia apareceu Cazuza, enviado pelo cantor Léo Jaime. Sua voz, era adequadamente berrada para os rocks de garagem que os quatro faziam, agradou muito. Animado, o novo integrante resolveu então mostrar as letras que, na surdina, vinha fazendo havia tempos. Rapidamente o grupo, que se chamava Barão Vermelho e só tocava covers, começou a compor e aprontou um repertório próprio.Dos primeiros shows, em pequenos teatros da cidade, ao disco de estréia foi um pulo. No início de 1982 uma fita demo chegou aos ouvidos do produtor Ezequiel Neves, que, entusiasmado, a mostrou a Guto Graça Mello, diretor artístico da Som Livre. Juntos, eles convenceram João Araújo - de início, relutante, na condição de pai do cantor - a lançar a banda. Com uma produção baratíssima, "Barão Vermelho", gravado em dois dias, obteve boa recepção da parte de artistas. Entre estes, um dos maiores ídolos de Cazuza, Caetano Veloso, que incluiu "Todo amor que houver nessa vida" no repertório de seu show e criticou as rádios por não tocarem as músicas do grupo."Todo amor que houver nessa vida" (registrada também, mais tarde, por Gal Costa, Caetano Veloso e outros intérpretes) foi um dos destaques de um disco que revelou ainda "Down em mim", "Billy Negão" e "Bilhetinho azul". No repertório predominavam rocks básicos, dançantes e juvenis, mas havia também blues, um gênero com o qual Cazuza se identificava desde que descobrira Janis Joplin. Sobre essas músicas o rouco cantor desfilava letras falando despudorada, escancaradamente de amor, prazer e dor. Ao sair o segundo disco, a reiteração dessas qualidades de estilo repercutiu na imprensa. Alguns críticos não tardaram a identificar ali a influência de mestres da dor-de-cotovelo, como Lupicínio Rodrigues, e da fossa, como Dolores Duran e Maysa - o outro lado da formação musical de Cazuza.Bem melhor gravado, "Barão Vermelho2" foi lançado em julho de 1983. O álbum ainda não seria um sucesso comercial (vendeu cerca de 15 mil cópias, quase o dobro do primeiro), mas manteve o alto nível do repertório anterior, e arregimentou um público maior para a banda com músicas como "Vem comigo", "Carne de pescoço", "Carente profissional" e "Pro dia nascer feliz". Esta última consolidaria a dupla Frejat-Cazuza, tornando-se um grande sucesso no registro feito por Ney Matogrosso, a primeira estrela da MPB a gravá-los. A escalada do grupo nas paradas, contudo, estava prestes a acontecer.

Se com "Bete Balanço", filme de Lael Rodrigues, o rock brasileiro dos anos 80 chegou às telas de cinema, com a música-título, feita de encomenda para a trilha, o Barão Vermelho chegou ao grande público. Registrada num compacto do início de 1984, a canção estourou, virando um marco no trajeto da banda, que também contracenava no filme. A música acabou incluída no terceiro LP, lançado em setembro daquele ano, para ajudar a sua comercialização. O que talvez nem tivesse sido necessário, pois "Maior abandonado", impulsionado pela faixa homônima, atingiu em dois meses a marca das 60 mil cópias vendidas, e em seis, das 100 mil."Raspas e restos me interessam (...) Mentiras sinceras me interessam", em "Maior Abandonado"; "Você tem exatamente três mil horas/ Pra parar de me beijar (...) Você tem exatamente um segundo/ Pra aprender a me amar", em "Por que a gente é assim?"; "A fome está em toda parte/ Mas a gente come/ Levando a vida na arte", em "Milagres". Com achados como esses, presentes no novo álbum, Cazuza foi ganhando fama de poeta do rock brasileiro. Com muita energia, ele foi superando suas limitações como cantor. Suas atitudes irreverentes e declarações espalhafatosas, fizeram com que aparecesse cada vez mais como artista e personalidade. A princípio, tudo isso só contribuía para chamar a atenção para o grupo todo. Mas...Com o sucesso, e , conseqüentemente, com a maior exigência de profissionalismo, as diferenças se ressaltaram. O temperamento irriquieto de Cazuza pouco se adequava a uma agenda cada vez mais sobrecarregada de ensaios e entrevistas. Os desentendimentos foram crescendo. Em janeiro de 1985, o Barão fez uma bem-sucedida participação no festival Rock 'n Rio, abrindo shows para grandes atrações do rock internacional. A continuidade do sucesso, porém, não conseguiu evitar a separação do grupo. Em julho, quando o material para o próximo disco já estava selecionado, a notícia chegou aos jornais: enquanto os outros seguiriam com a banda, sua estrela partiria para uma brilhante carreira solo.Poucos dias depois, Cazuza voltava a ser notícia. Tinha sido internado num hospital do Rio com 42 graus de febre. Diagnóstico: infecção bacteriana. O resultado do teste HIV, que ele exigiu fazer, dera negativo. Mas naquela época os exames ainda não eram muito precisos.
Gravado com outros músicos, o álbum "Cazuza" apresentou uma sonoridade mais limpa que a do Barão. Lançado em novembro de 1985, o disco inaugurou a fase individual do cantor e uma série de parcerias. Entre os co-autores das músicas figuraram dois antigos colaboradores: Frejat, que continuou parceiro e amigo de Cazuza, e Ezequiel Neves, outro velho e grande amigo, co-produtor, desde os tempos do Barão, de todos os seus discos.Cazuza assinou os maiores hits do novo álbum: em parceria com Ezequiel e Leoni, o rock "Exagerado", emblemático da sua persona romantico-poética, e a balada "Codinome Beija-flor", com Ezequiel e Reinaldo Arias. Mais dois rocks ficaram notórios. "Medieval II" fixou nas rádios seu auto-irônico refrão ("Será que eu sou medieval?/ Baby, eu me acho um cara tão atual/ Na moda da nova Idade Média/ Na mídia da novidade média"). E "Só as mães são felizes", que teve sua execução pública proibida pela censura. Escandalosa ("Você nunca sonhou ser currada por animais? (...) Nem quis comer sua mãe?"), a letra homenageou artistas malditos, como o escritor beat Jack Kerouac, citado no verso-título.Importante referência literária de Cazuza, ao lado de Clarice Lispector (cujo "A descoberta do mundo" tornou seu livro de cabeceira), Kerouac também teve um poema transcrito na contracapa do disco seguinte. Lançado em março de 1987, "Só se for a dois" foi o primeiro álbum de Cazuza fora da Som Livre, que resolvera dissolver o seu cast. Disputado por várias gravadoras, ele se transferiu para a Polygram, a conselho do pai. A essa altura, apesar da imagem de artista "louco", sua postura profissional já era outra. O rompimento com o Barão, junto com a liberdade artística que almejara, trouxera também a exigência de mais seriedade."Só se for a dois" acrescentou novos sucessos à sua carreira, a começar pela canção-título, mas a música que estourou mesmo foi o pop-rock "O nosso amor a gente inventa (estória romântica)". Em seguida ao lançamento, uma turnê nacional mostrou um show mais elaborado que os anteriores, em termos de cenário e iluminação. Cazuza se aprimorava e decolava: seus espetáculos lotavam, suas músicas tocavam e a crítica elogiava seu trabalho.A essa época, contudo, ele já sabia que estava com Aids. Antes de estrear o show "Só se for a dois", tinha adoecido e feito um novo exame. A confirmação da presença do vírus iria transformar sua vida e sua carreira.

Em outubro de 1987, após uma internação numa clínica do Rio, Cazuza foi levado pelos pais para Boston, nos Estados Unidos. Lá, passou quase dois meses críticos, submetendo-se a um tratamento com AZT. Ao voltar, gravou "Ideologia" no início de 1988, um ano marcado pela estabilização de seu estado de saúde e pela sua definitiva consagração artística. O disco vendeu meio milhão de cópias. Na contracapa, mostrou um Cazuza mais magro por causa da doença, com um lenço disfarçando a perda de cabelo em função dos remédios. No seu conteúdo, um conjunto denso de canções expressou o processo de maturação do artista."O meu prazer agora é risco de vida/ Meu sex and drugs não tem nenhum rock 'n' roll", confessava ele, em "Ideologia". E: "Eu vi a cara da morte/ E ela estava viva", em "Boas novas". Rico e diverso, o repertório trouxe ainda um blues, o "Blues da piedade", uma canção "meio bossa nova e rock 'n' roll", "Faz parte do meu show", grande sucesso, e o rock-sambão "Brasil", que faria um sucesso ainda maior com Gal Costa. Tema de abertura da novela "Vale tudo", da Rede Globo, "Brasil" fez um comentário social forte sobre o país, com versos como "meu cartão de crédito é uma navalha". No disco, a temática social apareceu também em "Um trem para as estrelas", feita com Gilberto Gil para o filme homônimo de Carlos Diegues.Ainda em 1988 Cazuza recebeu o Prêmio Sharp de Música como "melhor cantor pop-rock" e "melhor música pop-rock", com "Preciso dizer que te amo", composta com Dé e Bebel Gilberto, e lançada por Marina. E apresentou no segundo semestre seu espetáculo mais profissional e bem-sucedido, "Ideologia". Dirigido por Ney Matogrosso, Cazuza buscou valorizar o texto no show, pontuado pela palavra "vida". Substituiu a catarse das performances anteriores por uma postura mais contida no palco. Tal contenção, porém, não o impediu de exprimir sua verve agressiva e escandalosa num episódio que causou polêmica. Cantando no Canecão, no Rio, cuspiu na bandeira nacional que lhe fora atirada por uma fã.O show viajou o Brasil de norte a sul, virou programa especial da Globo e disco. Lançado no início de 1989, "Cazuza ao vivo - o tempo não pára" chegou ao índice de 560 mil cópias vendidas. Reunindo os maiores sucessos do artista, trouxe também duas músicas novas que estouraram: "Vida louca vida", de Lobão e Bernardo Vilhena, e "O tempo não pára", de Cazuza e Arnaldo Brandão. Esta - título do trabalho - condensou, numa das letras mais expressivas de Cazuza, a sua condição individual, de quem lutava para se manter vivo, com a do povo brasileiro.Foi pouco depois do lançamento do álbum que ele reconheceu publicamente que estava com Aids, sendo a primeira personalidade brasileira a fazê-lo. Era então notória -e notável - a sua afirmação de vida. À medida que seu estado piorava, ao contrário de se deixar esmorecer ante a perspectiva do inevitável, Cazuza, ciente do pouco tempo que lhe restava, passou a trabalhar o mais que podia. Entrou num processo compulsivo de composição e gravou, de fevereiro a junho de 1989, numa cadeira de rodas, o álbum duplo "Burguesia", que seria seu derradeiro registro discográfico em vida.O trabalho seguiu um conceito dual - num dos discos, de embalagem azul, prevalecia o gênero rock; no outro, de capa amarela, MPB. Entre as suas últimas novidades, com a voz nitidamente enfraquecida, Cazuza apresentou clássicos de outros autores (como Antonio Maria, Caetano Veloso e Rita Lee) e duas músicas feitas com novas parceiras, Rita Lee e Ângela Rô Rô. A canção-título, com uma letra extensa atacando os valores da classe burguesa, chegou a ser tocada nas rádios, mas o álbum não obteve sucesso comercial e foi recebido discretamente pela crítica.Em outubro de 1989, depois de quatro meses seguindo um tratamento alternativo em São Paulo, Cazuza viajou novamente para Boston, onde ficou internado até março do ano seguinte. Seu estado já era muito delicado e, àquela altura, não havia muito mais o que fazer. Foi assim que ele morreu, pouco depois - a 7 de julho de 1990. O enterro aconteceu no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Sua sepultura está localizada próxima às de astros da música brasileira como Carmen Miranda, Ary Barroso, Francisco Alves e Clara Nunes.

Fonte:
http://www.cazuza.com.br/sec_biografia.php?language=pt_BR&page=1

domingo, 17 de maio de 2009

NÃO a produtos testados em animais!!!!!!!!!

Eu digo NÃO a produtos testados em animais!!! E você?


O vídeo abaixo é para ilustrar um pouco do que os animais sofrem em prol da nossa beleza exterior e alimentação e saúde (remédios, vacinas...).
Infelizmente são poucas as indústrias que não utilizam animais em testes. As que não utilizam informam em suas embalagens que seus produtos NÃO são testados em animais.
Alimentos industrializados, remédios, vacinas, cosméticos, enfim, uma infinidade de produtos são testados em animais indefesos, que ficam cegos, com feridas, uma série de seqüelas.




O Homo sapiens deveria aprender com os animais a "ser humano". Teoricamente nós somos os detentores da sapiência, mas há momentos em que não acredito nisso. Que o vídeo abaixo emocione vocês!

Fonte dos vídeos: Youtube

sábado, 11 de abril de 2009

Demônios da Garoa - Samba do Arnesto

O Samba do Arnesto
Demônios da Garoa
Composição: Indisponível


Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Lalarirurirurá!
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz...

O Arnesto nos convidô
Pr'um samba
Ele mora no Brás
Nós fumos
Não encontremos ninguém
Nóis vortemos
Cuma baita duma reiva
Da outra vez
Nós num vai mais
Nós num semos tatu!...

O Arnesto nos convidô
Pr'um samba
Ele mora no Brás
Nós fumos
Não encontremos ninguém
Nós vortemos
Cuma baita duma reiva
Da outra vez
Nós num vai mais...

N'outro dia encontremos
"Cá" Arnesto
Que pidiu descurpa
Mas nós não aceitemos
Isso não se faz Arnesto
Nós não se importa
Mas você devia
Ter punhado um recado
Na porta...

Anssim:
"Ói turma
Num deu pá esperar
Não faz már
Há de ver que isso
E não tem importância
É, mas Arnesto se arretô
Da outra vez
Nós esticar essa cara
Que ocê vai ver
Como é que ocê
Vai entrar bem
Aqui cum nós"

O Arnesto nos convidô
Pr'um samba
Ele mora no Brás
Nós fumos
Não encontremos ninguém
Nós vortemos
Cuma baita duma reiva
Da outra vez
Nós num vai mais...

N'outro dia encontremos
Com o Arnesto
Que pidiu descurpa
Mas nós não aceitemos
Isso não se faz Arnesto
Nós não se importa
Mas você devia
Ter punhado um recado
Na porta...

Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Lalarirurirurá!
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz
Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz Paiz...
-Num faz már!



Fonte:
http://letras.terra.com.br/demonios-da-garoa/478690/
http://www.youtube.com/watch?v=FOtnGqUwJfQ

Demônios da Garoa - Saudosa Maloca

Saudosa Maloca
Adoniran Barbosa
Composição: Indisponível


Si o senhor não tá lembrado
Dá licença de contá
Que aqui onde agora está
Esse edifício arto
Era uma casa véia
Um palacete assobradado
Foi aqui seu moço
Que eu, Mato Grosso e o Joca
Construimos nossa maloca
Mais, um dia
nois nem pode se alembrá
Veio os home cas ferramentas
O dono mandô derrubá
Peguemos tudo as nossas coisa
E fumos pro meio da rua
Preciá a demolição
Que tristeza que nóis sentia
Cada táuba que caía
Duia no coração
Mato Grosso quis gritá
Mas em cima eu falei:
Os homi tá cá razão
Nós arranja outro lugá
Só se conformemos quando o Joca falou:
"Deus dá o frio conforme o cobertô"
E hoje nóis pega a páia nas grama do jardim
E prá esquecê nóis cantemos assim:
Saudosa maloca, maloca querida,
Que dim donde nóis passemos dias feliz de nossa vida



Fontes:
http://letras.terra.com.br/adoniran-barbosa/43969/
http://www.youtube.com/watch?v=K7GJIPlBuDM

Demônios da Garoa

Atendendo a sugestão do leitor Bruno Teixeira da Silva, a partir de hoje postarei material sobre o Grupo Demônios da Garoa.

Trem das Onze
Demônios da Garoa
Composição: Adoniran Barbosa


Quais, quais, quais, quais, quais, quais,
Quaiscalingudum
Quaiscalingudum
Quaiscalingudum

Não posso ficar
Nem mais um minuto com você
Sinto muito amor
Mas não pode ser
Moro em Jaçanã
Se eu perder esse trem
Que sai agora às onze horas
Só amanhã de manhã

E além disso mulher
Tem outra coisa
Minha mãe não dorme
Enquanto eu não chegar

Sou filho único
Tenho minha casa pra olhar

Bam zam zam zam zam zam
Quaiscalingudum
Quaiscalingudum
Quaiscalingudum

Quaisgudum, tchau!



Fontes:
http://letras.terra.com.br/demonios-da-garoa/635205/
http://www.youtube.com/watch?v=pKJA7B0MtA0

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Ordem: Lagomorpha - Tapiti e Lebres

Como estamos entrando no final de semana de Páscoa, resolvi escrever um pouco sobre a ordem lagomorpha, que inclui os coelhos, símbolo da Páscoa.

ORDEM LAGOMORPHA
Tapiti e Lebres

Os membros desta ordem somam em todo o planeta 64 espécies. Como caracteristica principal, possuem dois pares de dentes incisivos superiores, sendo um par anterior grande, aparecendo externamente e um par posterios muito pequeno, atras do primeiro. Duas espécies desta ordem vivem em estado selvagem no Rio Grande do Sul, e uma terceira, om coelho, é criada pelo homem para fins econômicos.

Família Leporidae

Cerca de 50 especies estão incluídas nesta família e distribuem-se em várias regiões do mundo.
Como característica externa bem marcante, pode ser citada a ranhura, em forma de "Y", no lábio superior, onde existe uma espécie de almofada, que é muito sensitiva. As orelhas são estreitas, altas e móveis, possibilitando-lhes uma boa audição e localização do som. A cauda é curta, revestida de pêlos finos, muito abundantes.
Com as pernas posteriores bem mais longas que as da frente, estes animais podem correr com velocidade e bastante agilidade, sendo estes seus melhores meios de defesa.
São de regime alimentar vegetariano.
Os tapitis podem ter vida social e escavam furnas para refugiar-se, enquanto lebres são de hábitos solitários não cavam tocas.
A lebre e o coelho são espécies exóticas, trazidas para a América do Sul, provavelmente, pelo homem europeu.
O único lagomorfo nativo do Estado é o tapiti, que difere da lebre e do coelho em muitas características, sendo o tamanho das orelhas uma boa diferença.
A lebre é uma espécie comum e abundante, chegando a causar danos à agricultura, porém o tapiti é raro, sendo observado em poucas oportunidades.

Lebre-européia (Lepus capensis)

A lebre é um mamífero de orelhas e pernas ompridas, de cor geral cinza amarronzada nas partes superiores e inferiormente mais clara. A cauda é facilmente visível e as orelhas são grossas. Prefere lugares abertos para andar. Estas características servem para distinguir a lebre do tapiti.
Vive em campos cerrados e lavouras, sendo em geral facilmente vista próximo a áreas de cultivo.
A fêmea da cria uma vez por ano. Nascem até três filhotes, com pêlos, olhos abertos e com capacidade para caminhar já no primeiro dia. Para refugiar-se, não procura ou escava tocas como os tapitis. Esconde-se e dorme sobre capins ou outros vegetais de baixa altura.

Tapiti (Sylvilagus brasiliensis)

O tapiti é bem menor que a lebre-européia, com orelhas mais curtas, finas e a cauda muito reduzida. A coloração geral é pada-amarelada, salpicada com marrom-escuro, o que e mais forte no dorso. Nas partes inferiores, a cor é mais clara.
Vive em vegetação do tipo parque, bordas de matas fechadas e em cerrados. É muito assustadiço fugindo com rapidez à presença do homem.
Alimenta-se de talos, brotos e cascas de uma grande variedade de espécies vegetais.
De habitos especialmente noturnos, durante o dia permanece escondido em tocas que ele mesmo cava, ou em buracos já existentes.
É considerado prolífero, porque a fêmea pode ter mais de um parto durante o ano, dando a luz vários filhotes (2 a 7). Estes nascem de olhos fechados, desprovidos de pêlos, em um ninho bem forrado com palhas e pêlos da própria mãe.
É uma espécie que deve ter corrido com frequencia há poucos anos, na metade norte do Estado, onde existiam matas. As últimas notícias e observações obtidas do tapiti são de Parques Florestais.
Fontes:
SILVA, Flávio. Mamíferos Sílvestres - Rio GRande do Sul. 2 ed. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1994.

domingo, 29 de março de 2009

SÉRIE IMORTAIS: MORENA DE ANGOLA - Interpretada por Clara Nunes

Morena de Angola
Composição: Chico Buarque


Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?

Será que a morena cochila
Escutando o cochicho do chocalho?
Será que desperta gingando
E já sai chocalhando pro trabalho?

Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?

Será que ela tá na cozinha
Guizando a galinha à cabidela?
Será que esqueceu da galinha
E ficou batucando na panela?
Será que no meio da mata
Na moita, morena ainda chocalha?
Será que ela não fica afoita
Pra dançar na chama da batalha?
Morena de Angola que leva
O chocalho amarrado na canela
Passando pelo regimento ela faz requebrar a sentinela

Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?

Será que quando vai pra cama
Morena se esquece dos chocalhos?
Será que namora fazendo bochincho
Com seus penduricalhos?

Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?

Será que ela tá caprichando
No peixe que eu trouxe de benguela?
Será que tá no remelexo
E abandonou meu peixe na tigela?
Será que quando fica choca
Põe de quarentena o seu chocalho?
Será que depois ela bota a canela no nicho do pirralho?
Morela de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Eu acho que deixei um cacho
Do meu coração na catumbela

Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?

Morena de Angola que leva o chocalho amarrado na canela
Morena, bichinha danada, minha camarada do MPLA


Morena de Angola
Que leva o chocalho
Amarrado na canela
Será que ela mexe o chocalho
Ou chocalho é que mexe com ela?



Fontes:
http://letras.terra.com.br/clara-nunes/117844/
http://www.youtube.com/watch?v=vNLJO06eAsU

SÉRIE IMORTAIS: FLOR DA PELE - Clara Nunes

"E você me arrasta nessa dor , que aos poucos me arruína... "

A Flor da Pele
Clara Nunes
Composição: Paulo Cesar Pinheiro / Mauricio Tapajos / Clara Nunes


Não sei quando ou como começou
Só sei que me alucina
Me perdi do fio condutor
Do amor que me domina
E você me usa a seu favor
Igual mulher de esquina
E me leva embora, traidor
Assim que se termina

Mas se você quer
Eu logo vou
Sabendo da rotina
Despencamos sobre o cobertor
Devasso e libertina
Me diz coisas feias e de amor
A luz da lamparina
Me devoro corpo sedutor
Igual fera assassina

E você me arrasta nessa dor
Que aos poucos me arruína
Ando já com meus nervos a flor da pele já morfina
Tenho olheiras fundas e pavor de álcool e nicotina
Minhas noites durmo com pavor
A base de aspirina

Sei que estou secando ao seu dispor
Sei que estou ficando sem valor
Sei que você vai sumir
Eu vou, vou cumprir minha sina

Aaaaaaaaa
Vou cumprir minha sina (2x)



Fontes:
http://letras.terra.com.br/clara-nunes/278272/
http://www.youtube.com/watch?v=uyCdRdrhzy4

SÉRIE IMORTAIS - AMOR PERFEITO - Interpretada por Clara Nunes

"E o nosso amor, um grande amor... "

Amor Perfeito
(Iror Lancellotti / Paulo Cezar Pinheiro)


O meu amor vê teu amor assim
Assim como um jardim
De flores novas

Por teu amor
O meu amor sem fim
Plantou dentro de mim
Um “pé de trovas”

E cada verso
É um botão de flor
Anunciando o amor
A primavera
Que faz do tempo uma quimera
E a nossa vida mais sincera
E o nosso amor, um grande amor

Teu coração
Jardim dos meus jardins
Me cobre de jasmins
Cravos e rosas

Meu coração
Teu carrilhão de sons
Te enfeita de canções
Versos e prosas

Cada canção é feito um beija-flor
Beijando o meu amor
Em nosso leito
Fazendo um ninho em nosso peito
Um ninho amor, de amor perfeito
E desse amor
Perfeito amor...



Fontes:
http://www.letras.com.br/clara-nunes/amor-perfeito
http://www.youtube.com/watch?v=KBqFo-Wg9fc

SÉRIE IMORTAIS - Clara Nunes

Fantástico Musical - Paulinho da Viola e Clara Nunes (1976)




Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=nGQRJZtnXh8

SÉRIE IMORTAIS: GUERREIRA - Interpretada por Clara Nunes

"Não sou de brincadeira, canto pelos sete cantos "

Guerreira
Clara Nunes
Composição: João Nogueira / Paulo Cesar Pinheiro


Se vocês querem saber quem eu sou
Eu sou a tal mineira
Filha de Angola, de Ketu e Nagô
Não sou de brincadeira
Canto pelos sete cantos
Não temo quebrantos
Porque eu sou guerreira
Dentro do samba eu nasci,
Me criei, me converti
E ninguém vai tombar a minha bandeira

Bole com samba que eu caio e balanço o balaio no som dos tantãs
Rebolo, que deito e que rolo,
Me embalo e me embolo nos balangandãs
Bambeia de lá que eu bambeio nesse bamboleio
Que eu sou bam-bam-bam
E o samba não tem cambalacho,
Vai de cima embaixo pra quem é seu fã
Eu sambo pela noite inteira,
Até amanhã de manhã
Sou a mineira guerreira,
Filha de Ogum com Iansã

Salve o Nosso Senhor Jesus Cristo, Epa Babá, Oxalá!
Salve São Jorge Guerreiro, Ogum, Ogunhê, meu Pai!
Salve Santa Bárbara, Eparrei, minha mãe Iansã!
Salve São Pedro, Kaô cabecilê, Xangô!
Salve São Sebastião, Okê arô, Oxóssi!
Salve Nossa Senhora da Conceição,otopiabá, Yemanjá!
Salve Nossa Senhora da Glória, oraieiê, Oxum!
Salve Nossa Senhora de Santana, Nanã Burukê, Saluba, vovó!
Salve São Lázaro, atotô, Obaluaiê!
Salve São Bartolomeu, arrobobó, Oxumaré!
Salve o povo da rua, salve as crianças, salve os preto véio;
Pai Antônio, Pai Joaquim de Angola,vovó Maria Conga,saravá!
E salve o rei Nagô!



Fontes:
http://letras.terra.com.br/clara-nunes/81897/
http://www.youtube.com/watch?v=9zgICK9lV3w

SÉRIE IMORTAIS: COISA DA ANTIGA - Interpretada por Clara Nunes

Coisa da Antiga
Clara Nunes
Composição: Wilson Moreira/Nei Lopes

Na tina, vovó lavou, vovó lavou
A roupa que mamãe vestiu quando foi batizada
E mamãe quando era menina teve que passar, teve que passar
Muita fumaça e calor no ferro de engomar

Hoje mamãe me falou de vovó só de vovó
Disse que no tempo dela era bem melhor
Mesmo agachada na tina e soprando no ferro de carvão
Tinha-se mais amizade e mais consideração

Disse que naquele tempo a palavra de um mero cidadão
Valia mais que hoje em dia uma nota de milhão
Disse afinal que o que é de verdade

Ninguém mais hoje liga
Isso é coisa da antiga, ai na tina...

Hoje o olhar de mamãe marejou só marejou
Quando se lembrou do velho, o meu bisavô
Disse que ele foi escravo mas não se entregou à escravidão
Sempre vivia fugindo e arrumando confusão

Disse pra mim que essa história do meu bisavô, negro fujão
Devia servir de exemplo a "esses nego pai João"
Disse afinal que o que é de verdade

Ninguém mais hoje liga
Isso é coisa da antiga
Oi na tina...



Fontes:
http://letras.terra.com.br/clara-nunes/121206/
http://www.youtube.com/watch?v=ji-_sRKylhA

SÉRIE IMORTAIS - VOCÊ PASSA EU ACHO GRAÇA - Interpretada por Clara Nunes

"Quis você pra meu amor, e você não entendeu..."

Você Passa Eu Acho Graça
Clara Nunes
Composição: Carlos Imperial/Ataulfo Alves


Quis você pra meu amor
E você não entendeu
Quis fazer você a flor
De um jardim somente meu
Quis lhe dar toda ternura
Que havia dentro de mim
Você foi a criatura
que me fez tão triste assim

Ah, e agora, você passa,
eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor

Tanta volta o mundo dá
Nesse mundo eu já rodei
Voltei ao mesmo lugar
Onde um dia eu encontrei
Minha musa, minha lira,
minha doce inspiração
Seu amor foi a mentira
Que quebrou meu violão

Ah, e agora, você passa,
eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor

Seu jogo é carta marcada
Me enganei, nem sei porquê
Sem saber que eu era nada
Fiz meu tudo de você
Pra você fui aventura
Você foi minha ilusão
Nosso amor foi uma jura
Que morreu sem oração

Ah, e agora, você passa,
eu acho graça
Nessa vida tudo passa
E você também passou
Entre as flores, você era a mais bela
Minha rosa amarela
Que desfolhou, perdeu a cor



Fontes:
http://letras.terra.com.br/clara-nunes/120358/
http://www.youtube.com/watch?v=wyD5N9BHvQA

SÉRIE IMORTAIS: O MAR SERENOU - Interpretada por Clara Nunes

"O mar serenou quando ela pisou na areia; quem samba na beira do mar é sereia... "

O Mar Serenou
Clara Nunes
Composição: Candeia


O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia

O pescador não tem medo
É segredo se volta ou se fica no fundo do mar
Ao ver a morena bonita sambando
Se explica que não vai pescar
Deixa o mar serenar

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia

A lua brilhava vaidosa
De si orgulhosa e prosa com que Deus lhe deu
Ao ver a morena sambando
Foi se acabrunhando então adormeceu o sol apareceu

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia

Um frio danado que vinha
Do lado gelado que o povo até se intimidou
Morena aceitou o desafio
Sambou e o frio sentiu seu calor e o samba se esquentou

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia

A estrela que estava escondida
Sentiu-se atraída depois então
apareceu
Mas ficou tão enternecida
Indagou a si mesma a estrela afinal será ela ou sou eu

O mar serenou quando ela pisou na areia
Quem samba na beira do mar é sereia



Fontes:
http://letras.terra.com.br/clara-nunes/120355/
http://www.youtube.com/watch?v=SFaJTkxD1Rw

SÉRIE IMORTAIS - Clara Nunes

Atendendo a solicitação do leitor Rafael Pereira, a atual personalidade da Série Imortais é a sambista Clara Nunes. Dia 2 e abril completa 26 anos de sua morte.


Clara Nunes
12/8/1943 2/4/1983


Biografia

Trabalhava numa fábrica quando resolveu participar do concurso A Voz de Ouro ABC, em que foi vencedora na etapa mineira e terceiro lugar na final, em São Paulo, em 1959. A partir de então conseguiu um emprego em uma rádio de Belo Horizonte e se apresentava em casas noturnas da cidade. Em 1965 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde gravou seu primeiro disco, com repertório de boleros e sambas-canções. Depois de alguns álbuns ainda com gênero indefinido, firmou-se no samba nos anos 70. Em 74, seu LP vendeu cerca de 300 mil cópias, graças ao sucesso do samba "Conto de Areia" (Romildo/ Toninho). Foi um recorde para a época, que rompeu com o tabu de que cantora não vendia discos e estimulou outras gravadoras que investissem em sambistas (mulheres) como Alcione, que gravou seu primeiro LP em 75 e Beth Carvalho, que transferiu-se para uma grande fábrica, a RCA, em 76. Os discos que se seguiram a transformaram em uma das três rainhas do samba dos anos 80, ao lado das outras duas referidas intérpretes. Clara gravou desde sambas-enredos até composições de Caymmi e Chico Buarque. Na segunda metade da década, lançou um disco por ano, todos com grandes vendas e gravações históricas, como as de "Juízo Final" (Nelson Cavaquinho/ Élcio Soares), "Coração Leviano" (Paulinho da Viola) e "Morena de Angola" (Chico Buarque). Ficou famosa também por suas canções calcadas em temas do Candomblé, sua religião, e por sua indumentária caracaterística, sempre de branco e com colares e missangas de origem africana. Morreu prematuramente após uma cirurgia mal-sucedida, causando consternação popular. Outros sucessos: "Você Passa e Eu Acho Graça" (Ataulfo Alves/Carlos Imperial), "Ê Baiana", "Ilu Ayê - Terra da Vida", "Tristeza, Pé no Chão" (Armando Gonçalves Mamâo), "A Deusa dos Orixás", "Macunaíma", "O Mar Serenou" (Candeia), "As Forças da Natureza" (João Nogueira/ Paulo César Pinheiro), "Guerreira", "Feira de Mangaio" (Sivuca/ Glorinha Gadelha), "Portela na Avenida" (Mauro Duarte/ Paulo César Pinheiro), "Nação" (João Bosco/ Aldir Blanc).

Também sugestão do Rafael Pereira: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-85872007000200005&lng=es&nrm=iso&tlng=es#nota4 (artigo que fala de Religião e Clara Nunes: Tem orixá no samba: Clara Nunes e a presença do candomblé e da umbanda na música popular brasileira)

Fontes:

TEM QUE ACONTECER - Interpretada por Zeca Baleiro

"Se o que ficou do grande amor é solidão..."

Tem Que Acontecer
Zeca Baleiro
Composição: Sérgio Sampaio


Não fui eu nem Deus não foi você nem foi ninguém
Tudo o que se ganha nessa vida é pra perder
Tem que acontecer
Tem que ser assim
Nada permanece inalterado até o fim
Se ninguém tem culpa não se tem condenação
Se o que ficou do grande amor é solidão
Se um vai perder outro vai ganhar
É assim que eu vejo a vida e ninguém vai mudar

Eu daria tudo
Pra não ver você cansada
Pra não ver você calada
Pra não ver você chateada
Cara de desesperada
Mas não posso fazer nada
Não sou Deus nem sou Senhor

Eu daria tudo
Pra não ver você chumbada
Pra não ver você baleada
Pra não ver você arreada
A mulher abandonada
Mas não posso fazer nada
Eu sou um compositor popular

Eu daria tudo
Pra não ver você zangada
Pra não ver você cansada
Pra não ver você chateada
Cara de desesperada
Mas não posso fazer nada
Não sou Deus nem sou Senhor

Eu daria tudo
Pra não ver você chumbada
Pra não ver você baleada
Pra não ver você arreada
A mulher abandonada
Mas não posso fazer nada
Sou só um compositor popular



Fontes:
http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/83505/
http://www.youtube.com/watch?v=jO5hO3XfyIg

FILOSOFIA - Interpretada por Zeca Baleiro

"Quanto a você, da aristocracia, que tem dinheiro, mas não compra alegria, há de viver eternamente, sendo escrava desta gente que cultiva hipocrisia. "

Filosofia
Zeca Baleiro
Composição: Noel Rosa


O mundo me condena
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome.

Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim.
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Para ninguém zombar de mim.

Não me incomodo
Que você me diga
Que a sociedade
É minha inimiga.
[Hoje] cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo.

Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia.

Noel Rosa, 1933



Fontes:
http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/589035/
http://www.youtube.com/watch?v=_YhDBE3BBU4

BIENAL - Zeca Baleiro

Bienal
Composição: Zeca Baleiro / Zé Ramalho


Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta

Meu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
calcado da revalorização da natureza morta

Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da jia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"

Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno

Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana

Com a graça de Deus e Basquiat
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana

Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina

Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da silibrina
Desintegro o poder da bactéria

Com o clarão do raio da silibrina
Desintegro o poder da bactéria



Fontes:
http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/73692/
http://www.youtube.com/watch?v=yDX_FVjL6Es

BABYLON - Zeca Baleiro

"Vem ser feliz..."

Babylon
Composição: Zeca Baleiro


Baby!
I'm so alone
Vamos pra Babylon!
Viver a pão-de-ló
E möet chandon
Vamos pra Babylon!
Vamos pra Babylon!...

Gozar!
Sem se preocupar com amanhã
Vamos pra Babylon
Baby! Baby! Babylon!...

Comprar o que houver
Au revoir ralé
Finesse s'il vous plait
Mon dieu je t'aime glamour
Manhattan by night
Passear de iate
Nos mares do pacífico sul...

Baby!
I'm alive like
A Rolling Stone
Vamos pra Babylon
Vida é um souvenir
Made in Hong Kong
Vamos pra Babylon!
Vamos pra Babylon!...

Vem ser feliz
Ao lado deste bon vivant
Vamos pra Babylon
Baby! Baby! Babylon!...

De tudo provar
Champanhe, caviar
Scotch, escargot, rayban
Bye, bye miserê
Kaya now to me
O céu seja aqui
Minha religião é o prazer...

Não tenho dinheiro
Pra pagar a minha yoga
Não tenho dinheiro
Pra bancar a minha droga
Eu não tenho renda
Pra descolar a merenda
Cansei de ser duro
Vou botar minh'alma à venda...

Eu não tenho grana
Pra sair com o meu broto
Eu não compro roupa
Por isso que eu ando roto
Nada vem de graça
Nem o pão, nem a cachaça
Quero ser o caçador
Ando cansado de ser caça...

Não tenho dinheiro
Pra pagar a minha yoga
Não tenho dinheiro
Pra bancar a minha droga
Eu não tenho renda
Pra descolar a merenda
Cansei de ser duro
Vou botar minh'alma à venda...

Eu não tenho grana
Pra sair com o meu broto
Eu não compro roupa
Por isso que eu ando roto
Nada vem de graça
Nem o pão, nem a cachaça
Quero ser o caçador
Ando cansado de ser caça...

Ai, morena! Viver é bom
Esquece as penas
Vem morar comigo
Em Babylon...(4x)



Fontes:
http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/49374/
http://www.youtube.com/watch?v=w4izeftiEDQ

ALMA NOVA - Zeca Baleiro

"Eu digo: calma alma minha, calminha, você tem muito que aprender.."

Alma Nova
Composição: Zeca Baleiro e Fernando Abreu


Sempre que te vejo assim
Linda, nua
E um pouco nervosa
Minha velha alma
Cria alma nova
Quer voar pela boca
Quer sair por aí...

E eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Ainda não é hora
De partir...

Sempre que te vejo assim
Linda, nua
E um pouco nervosa
Minha velha alma
Cria alma nova
Quer voar pela boca
Quer sair por aí...

Eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Ainda não é hora
De partir...

Então ficamos
Minha alma e eu
Olhando o corpo teu
Sem entender...

Como é que a alma
Entra nessa história
Afinal o amor
É tão carnal...

Eu bem que tento
Tento entender
Mas a minha alma
Não quer nem saber
Só quer entrar em você
Como tantas vezes
Já me viu fazer...

E eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Você tem muito
Que aprender...(2x)

Então ficamos
Minha alma e eu
Olhando o corpo teu
Sem entender...

Como é que a alma
Entra nessa história
Afinal o amor
É tão carnal...

Eu bem que tento, tento
Tento entender
Mas a minha alma
Não quer nem saber
Só quer entrar em você
Como tantas vezes
Já me viu fazer...

E eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Você tem muito
Que aprender...(2x)

Eu digo
Calma alma minha
Calminha!
Você tem muito
Que aprender...



Fontes:
http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/231134/
http://www.youtube.com/watch?v=8ynY3YZ3-14

FLOR DA PELE - Zeca Baleiro

"Barco sem porto, sem rumo, sem vela..."

Flor da Pele
Composição: Zeca Baleiro


Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...(2x)

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!

Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de nem ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final...(2x)

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!

Oh, sim!
Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que não acredito
Mais em você
Eu não preciso
De muito dinheiro
Graças a Deus!
Mas vou tomar
Aquele velho navio
Aquele velho navio!

Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicído!



Fontes:
http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/49383/
http://www.youtube.com/watch?v=VI41-8gm7HA

LENHA - Zeca Baleiro

"Eu amo você, mas não sei o quê, isso quer dizer..."

Lenha
Composição: Zeca Baleiro


Eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer
Eu amo você
Mas não sei o quê
Isso quer dizer...

Eu não sei por que
Eu teimo em dizer
Que amo você
Se eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer...

Se eu digo: Pare!
Você não repare
No que possa parecer
Se eu digo: Siga!
O que quer que eu diga
Você não vai entender
Mas se eu digo: Venha!
Você traz a lenha
Pro meu fogo acender
Mas se eu digo: Venha!
Você traz a lenha
Pro meu fogo acender...

Eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer
Eu amo você
Mas não sei o quê
Isso quer dizer...

Eu não sei por que
Eu teimo em dizer
Que amo você
Se eu não sei dizer
O que quer dizer
O que vou dizer...

Se eu digo: Pare!
Você não repare
No que possa parecer
Se eu digo: Siga!
O que quer que eu diga
Você não vai entender
Mas se eu digo: Venha!
Você traz a lenha
Pro meu fogo acender...

Mas se eu digo: Venha!
Você traz a lenha
Pro meu fogo acender...(5x)



Fontes:
http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/43669/
http://www.youtube.com/watch?v=rdOsNiSa3uE

QUASE NADA - Zeca Baleiro

"De nós dois, não sei mais nada... de você, sei quase nada..."

Quase Nada
Composição: Zeca Baleiro e Alice Ruiz


De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada



Fontes:
http://letras.terra.com.br/zeca-baleiro/49391/
http://www.youtube.com/watch?v=pHirVTOKzZ0

Zeca Baleiro - Biografia

BIOGRAFIA

Cantor prega o lirismo com tom afirmativo.
A lembrança de Zeca Baleiro vem de uma circunstância peculiar. Não vem de um show, de uma gravação em disco, da TV ou do rádio. Foi em um estúdio no Alto da Lapa, durante a gravação da trilha sonora de um curta-metragem chamado Não Me Deixe Dormir Demais, de Joel Yamaji e grupo de estudantes de cinema da Oswald de Andrade. Era 1999 e Zeca chegou no estúdio somente com violão, um guitarrista e nenhuma idéia do que se tratava o filme, ainda mudo no negativo e transposto para uma fita de vídeo caseira.
Aos poucos, o maranhense foi criando com o violão temas cíclicos, simples e pontuados por uma guitarra pesada. Não faltaram instrumentos típicos como triângulo, bumbo e chocalho em cerca de cinco horas de gravação. Assim parece ser o método de criação de Zeca, partindo do aleatório até formar a melodia regional de seu tom musical - sempre com um peso lírico. Por falar nisso, Líricas é o nome do mais recente disco do compositor, que nasceu para a MPB em 1997 ao dividir o cenário de um Acústico com a cantora Gal Costa.
Por Onde Andará Stephen Fry?, nome do primeiro disco e referência a um comediante inglês, começou a reforçar a imagem sempre bem-humorada e musicalmente peculiar de Zeca nesta mesma época. Além da balada tema, o ouvinte podia apreciar um rock vervístico, Heavy Metal do Senhor, e a música homenagem a Gal, Flor da Pele, que trazia sampler e referência a Vapor Barato, de 1971.

O "tal" apelido

Para os que não se cansam de saber, o tal apelido "Baleiro" surgiu do fato do músico, na Universidade, ser o "atravessador" profissional de balas. Sempre andava com algumas e redundantemente acabou abrindo uma loja de balas, tortas e doces caseiros. Zeca pode não ter gostado do apelido no começo, mas depois tudo fez sentido na Fazdocinhá, nome do local.
O ariano está com 35 anos e em seu terceiro disco. O segundo foi Vô Imbolá, de 1999. O disco atrasou um pouco em sua produção, mas chegou cheio de melodias e passos rítmicos regionais com a modernidade eletrônica de nossos tempos. Entre as músicas, Samba do Approach, Bienal e Boi de Haxixe. Foi neste ano que o compositor ganhou o prêmio de Melhor Cantor da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) e Prêmio Sharp (na verdade no ano anterior) na categoria Pop Rock.
É então que Baleiro se cansa do pop e resolve arejar seu discurso, como o próprio diz, com uma temática mais homogênea, em que as letras falem alto na canção. O disco, o terceiro, Líricas, veio em 2000 com 12 faixas e duas vinhetas. O passeio é por vários gêneros e tem a cor do acústico em seus arranjos, baseados em violões e piano.

Dor e melancolia

Nesta etapa é bom não confundir Zeca com um fúnebre cancioneiro: "Não sou um cético. Tenho esperanças. Minha poesia embrulha a dor e a melancolia com uma carga de lirismo que afirma isso. As canções de amor, por exemplo, são todas afirmativas", diz em seu site. A brincadeira de destaque no disco é uma nova versão para Proibida Pra Mim, de Charlie Brown Jr. Outras que estão no disco: Balada para Giorgio Armani, Brigitte Bardot, Ê Boi e Blues do Elevador.
Em 2000, Zeca Baleiro foi indicado para o Grammy Latino de Melhor Álbum Pop. Se somarmos sua estrada, passou por mais de 80 cidades (entre elas as internacionais Cannes, Montreux, Porto e Cartagena), fez mais de 200 shows, produziu cantoras (Ceumar e Patrícia Amaral), participou do projeto teatral Mãe Gentil do coreógrafo Ivaldo Bertazzo, esbanjou criatividade em clipes como Proibida Pra Mim, Lenha e Heavy Metal do Senhor, e trilhas para curtas como o próprio Não Me Deixe Dormir Demais e Impressões Para Clara, ambos de Joel Yamaji.
Agora Zeca está na estrada, renovando suas impressões afirmativas da vida e tocando para os fãs.


Fontes:
http://www.terra.com.br/chatshow/zeca_baleiro/bio_zeca.htm
http://www2.uol.com.br/chicocesar/ingles/chicocesar/imagens/zeca-baleiro_02-13.jpg

domingo, 22 de março de 2009

22 de Março - Dia Mundial da Água

História do Dia Mundial da Água

O Dia Mundial da Água foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) no dia 22 de março de 1992. O dia 22 de março, de cada ano, é destinado a discussão sobre os diversos temas relacionadas a este importante bem natural.
Mas porque a ONU se preocupou com a água se sabemos que dois terços do planeta Terra é formado por este precioso líquido? A razão é que pouca quantidade, cerca de 0,008 %, do total da água do nosso planeta é potável (própria para o consumo). E como sabemos, grande parte das fontes desta água (rios, lagos e represas) esta sendo contaminada, poluída e degradada pela ação predatória do homem. Esta situação é preocupante, pois poderá faltar, num futuro próximo, água para o consumo de grande parte da população mundial. Pensando nisso, foi instituído o Dia Mundial da Água, cujo objetivo principal é criar um momento de reflexão, análise, conscientização e elaboração de medidas práticas para resolver tal problema.
Mas como devemos comemorar esta importante data? Não só neste dia, mas também nos outros 364 dias do ano, precisamos tomar atitudes em nosso dia-a-dia que colaborem para a preservação e economia deste bem natural. Sugestões não faltam: não jogar lixo nos rios e lagos; economizar água nas atividades cotidianas (banho, escovação de dentes, lavagem de louças etc); reutilizar a água em diversas situações; respeitar as regiões de mananciais e divulgar idéias ecológicas para amigos, parentes e outras pessoas.






Fontes:
http://www.suapesquisa.com/datascomemorativas/dia_mundial_da_agua.htmhttp://www.youtube.com/watch?v=5humo0Xk-V0&feature=PlayList&p=8F7F44B29A9978E4&index=0&playnext=1http://www.youtube.com/watch?v=IoV82JuF7Ck

domingo, 15 de março de 2009

SÉRIE IMORTAIES - Maysa

Maysa declamada por Manuel Bandeira.




Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=FB32XvoVw_w

SÉRIE IMORTAIS - Maysa (músicas, parte IV)

Maysa, como sempre, interpretando com a alma... Ela realmente "sentia" o que cantava.
Chuvas De Verão
Maysa
Composição: Indisponível


Podemos ser amigos simplesmente
Coisas do amor nunca mais
Amores do passado, do presente
Repetem velhos temas tão banais
Ressentimentos passam como o vento
São coisas de momento
São chuvas de verão
Trazer uma aflição dentro do peito.
E dar vida a um defeito
Que se extingue com a razão
Estranha no meu peito
Estranha na minha alma
Agora eu tenho calma
Não te desejo mais
Podemos ser amigos simplesmente
Amigos, simplesmente, nada mais







Fontes:
http://letras.terra.com.br/maysa/359012/
http://www.youtube.com/watch?v=sPrs9P1A1s4

REGRA TRÊS - Toquinho/Vinícius de Moraes

Regra Três
Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais
Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar
Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai.
Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo que vai chorar



Fontes:

http://letras.terra.com.br/vinicius-de-moraes/86819/
http://www.youtube.com/watch?v=_qmOzOjbZ3k