domingo, 18 de janeiro de 2009

Felinos - parte I

Nos próximos dias postarei materiais sobre os mamíferos do Rio Grande do Sul, que na minha opinião são os mais belos: os felinos.
Serão quatro postagens no total, sendo duas espécies diferentes em cada uma.
Meu interesse em divulgar estes materiais é informar um pouco mais as pessoas que têm uma idéia errada sobre essas belíssimas criaturas, e por isso são tão perseguidas pelo homem.

Ordem: Carnivora
Família: Felidae


Há cerca de 36 espécies na família dos felinos distribuídas pelos continentes. O mais apreciado pelo homem é o gato doméstico, que é criado como animal de estimação.
Onça, puma e gatos-do-mato são representados por oito espécies no Rio Grande do Sul. O homem os considera animais perigosos, traiçoeiros e nocivos e por isto os caçam e abatem, como terríveis inimigos da humanidade. Porém, esses animais lindíssimos não apresentam toda essa nocividade que lhes é atribuída. Os felídeos é que deveriam considerar o homem como seu grande inimigo, já que ele destruiu mais de 2/3 das populações que existiam há 50 anos.

Espécies do Rio Grande do Sul


Gato-palheiro (Felis colocolo)
(77 – 90 cm)

Pode ser considerado o gato selvagem mais simpático, graças ao formato da cabeça e posição das orelhas, que lembra os gatos domésticos. A cor geral é parda, semelhante ao capim seco, aparecendo manchas escuras nos lados do corpo e nas pernas. O pêlo é longo, principalmente na linha dorsal e pode eriçar-se durante certas reações do animal.
De hábitos noturnos, fazem ninhos ao pé de touceiras de capim. O número de filhotes por cria, geralmente, é de dois a três.
Como indica o nome popular, é uma espécie que habita lugares abertos, providos de capins altos. Alimenta-se de aves e ratos.
Na Argentina, o gato-palheiro já é muito raro. No Uruguai, é considerado pouco comum, e, no Rio Grande do Sul, acredita-se que a espécie está em eminente perigo de desaparecimento, devido à caça indiscriminada e ao extermínio dos campos e banhados de várzeas, nas baixadas entre as coxilhas.

Puma (Felis concolor)
(1,6 – 2,3 m; 30 – 60 kg)

Suçuarana, onça-parda e leão-baio são outras denominações vulgares atribuídas, no Rio Grande do Sul, a este felino de grande porte e indiscutível beleza. A denominação puma é oriunda do nome popular usado em certas regiões americanas, mesmo antes da espécie ser conhecida pela ciência.
A pelagem de cor marrom-clara (com muitas variações de tonalidade), sem manchas escuras, sua forma esbelta, cabeça baixa no sentido ínfero-superior, cauda longa, olhos de cor clara, ponta do focinho rosada, dão ao puma um aspecto de meiguice.
Ocorre na maior parte do continente americano, o que indica ser um animal que pode viver em diversos ambientes. Caça desde pequenos roedores até mamíferos de grande porte, como capivaras e veados.
Animal muito ágil e veloz, é capaz de dar grandes saltos, tanto em altura como em distância. Para refúgio, utiliza covas ou lugares escuros e bem protegidos, com vegetação cerrada. Também pode ser encontrado dormindo sobre galhos, em árvores altas.
A fêmea pode dar a luz de dois a quatro filhotes, que nascem em local bem escondido e são protegidos pela mãe.
Muito conhecido pelos gaúchos mais idosos e nos relatos escritos pelos antigos viajantes que passaram pelo sul do Brasil, o puma sempre foi narrado como personagem que causou medo e prejuízos. Essas narrativas muito contribuem para formar, junto à população, uma errônea idéia da ferocidade deste felino. Isto tem ocasionado uma terrível perseguição a puma que tem muita utilidade no controle das populações animais que lhe servem de alimento. No continente americano, os pumas são caçados indiscriminadamente para a comercialização de sua pele. Já no Rio Grande do Sul, o extermínio nem sequer tem uma explicação econômica.



==> Textos: SILVA, Flávio. MAMÍFEROS SILVESTRES - RIO GRANDE DO SUL. 2ª ed. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Gande do Sul, 1994. 246 p.

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