quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

SÉRIE: AVES SILVESTRES DO RS - parte I

As aves do Rio Grande do Sul são portadoras de uma beleza ímpar. Mais de 570 espécies já foram registradas aqui, somando mais de um terço de todas as espécies conhecidas no país.
A maioria dessas espécies é encontrada apenas em algumas regiões e outras podem ser vistas somente em certas épocas do ano.
As aves têm muito mais importância do que usualmente lhes é atribuída. Umas poucas espécies são pragas para os agricultores, mas outras são acusadas de causarem danos, os quais são exagerados.
A maior importância das aves é o estímulo espiritual e intelectual que elas oferecem ao homem. De toda fauna silvestre, são elas que oferecem a melhor combinação de beleza, hábitos interessantes e de fácil observação. Sua plumagem colorida é lendária e mesmo as espécies mais toscas, quando vistas de perto, provarão ter pequenos detalhes com tal delicadeza, esmero e precisão que ninguém poderá deixar de admirar o fino trabalho da Natureza. O canto das aves tem a mesma força para excitar a alma humana como qualquer outra música seleta; e é muito mais provável que incite o ouvinte a especular sobre as origens deste fenômeno.
Observar as aves é um passatempo ativo ao ar livre, e leva automaticamente a uma compreensão mais profunda e a uma avaliação maior de todos os aspectos da Natureza.

Vou começar falando das corujas, que são aves que me identifico muito, por terem hábitos noturnos.

CORUJAS
Famílias: Tytonidae e Strigidae

Esse grupo e formado por aproximadamente 130 espécies em todo o mundo. Pelo fato de terem hábitos noturnos e por terem vozes estranhas e fantásticas, as corujas não são muito conhecidas e, às vezes, são tidas como prenúncio de má sorte. Ao contrário disso, elas são muito úteis ao homem, graças à predação sobre pequenos roedores e outras pragas. As 13 espécies de corujas encontradas no Rio Grande do Sul variam grandemente de tamanho: dos 16 cm da minúscula caburé, Glaucidium brasilianum, aos mais de 50 cm do jacurutu, Bubo viginianus.
As corujas possuem visão e audição extremamente agudas (neste ponto realmente não me identifico com elas), o que lhes permite caçar com sucesso no escuro. Suas aberturas auriculares, escondidas debaixo das penas, são extraordinariamente grandes e formadas distintamente em cada lado, presumivelmente para garantir melhor efeito estereofônico. Seus olhos são encaixados em tubos ósseos e não podem ser movidos. Para compensar isso, o pescoço é extremamente flexível, permitindo que a cabeça vire cm grande rapidez, quase uma meia-volta em cada direção, à partir da posição normal. As corujas engolem o alimento inteiro e regurgitam pelotas que contêm ossos, pêlos e penas indigestas. Isto permite aos cientistas fazerem estudos bastante detalhados de seus hábitos alimentares, proporcionando valiosas informações sobre as populações das presas.

Corujinha-do-mato (Otus choliba)
(22 cm)

Coruja pequena, encontrada em muitas partes do Estado, embora seja menos comum nas partes florestadas da metade norte. Sua voz pode ser ouvia, às vezes, depois do pôr-do-sol: um garganteio rápido de gritinhos monótonos, seguidos de duas notas ascendentes e aceleradas. Alimenta-se principalmente de insetos.
A plumagem das costas e cabeça é marrom, a parte de baixo do corpo é branca com desenho preto complicado em cada peninha.




Coruja-do-campo (Speotyto cunicularia)
(24 cm)

Provavelmente seja a coruja mais conhecida no Estado, não apenas porque é encontrada em qualquer parte e em qualquer estação do ano, mas também devido ao fato dela ser ativa durante o dia, enquanto quase todos os outros membros da família são ativos à noite.
Habita quase que exclusivamente campos abertos, e é vista facilmente quando pousada nos postes de cerca, de luz ou nos montículos de terra em frente à sua toca. Ela se aninha e dorme em buracos no chão, geralmente escolhendo os feitos e abandonados por outros animais, como os tatus. Para uma coruja, ela tem as pernas muito compridas, característica das aves terrestres. Sua plumagem é geralmente marrom, manchada e riscada de branco. Os olhos são de cor amarela intensa. Sua voz, freqüentemente ouvida, é uma série de gritos roucos e agudos. Ela também tem um canto suave e atrativo, de três notas, que profere à noite.

Imagens:
http://www.avespampa.com.ar/Alilicucu_Comun1.jpg
http://media-2.web.britannica.com/eb-media/01/7001-004-94E819C3.jpg

Fonte:
BELTON, W. Aves Silvestres do Rio Grande do Sul, 3 ed. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 1993. 172 p., 105 il.

Um comentário:

Anônimo disse...

essa ultima é a mesma coruja-buraqueira?!