segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Felinos - parte II

Continuando as postagens sobre os felinos do Rio Grande do Sul, hoje falarei sobre duas espécies que são menores que o Puma e maiores que o Gato-palheiro: o Gato-do-mato-grande e Jaguatirica. Através da descrição e das imagens vocês poderão ver quão lindos são esses animais e quão importante são no controle populacional de determinados animais.



Gato-do-mato-grande (Felis geoffroyi)
(90 – 98 cm, 2,7 – 6 kg)

A coloração de fundo e cinza amarelada mais escura no dorso e quase branca nas partes inferiores.
As manchas escuras são pequenas e numerosas, maiores dorsalmente do que nos lados do corpo, podendo estar reunidas duas a duas. Estas, não formam manchas circulares, como acontece no gato-maracajá e no gato-do-mato-pequeno. As faixas pretas transversais, nos membros, são nítidas e, normalmente, se, interrupção. Acima dos olhos, notam-se linhas escuras que sobem pelo alto da cabeça, chegando até a nuca. No peito e na garganta, linhas escuras lembram a metade de um colar.
Esta espécie é mais encontrada nos capões e matas de galerias, em regiões de campos e também em morros cobertos de matas. Anda no solo, mas consegue trepar com muita facilidade. Como as demais espécies, alimenta-se principalmente de roedores e pequenas aves.
Tem dois a três filhotes em cada ninhada, podendo chegar a quatro. A fêmea dá a luz em ocos de árvores, em locais dentro da mata, com vegetação bem cerrada.
No Estado, e um animal comum, caçado normalmente por pessoas do meio rural, que matam sem nenhuma justificativa aceitável.

Jaguatirica (Felis pardalis) (1,0 – 1,3 m; 7 – 15 kg)

Dos felinos manchados que ocorrem no Brasil, só perde, em tamanho, para a onça. O corpo tem formas esbeltas, apesar da musculatura bem desenvolvida. A coloração geral de fundo, nas partes superiores do corpo, é amarelada. As manchas pretas são grandes e de formas variadas, às vezes reunidas, chegando a formas listras compridas, principalmente nas partes superiores. Nos lados do pescoço e porção anterior do corpo, existe uma tendência para a formação de listras que, em alguns exemplares, é bem distinta. Nas partes laterais tende a formar uma cadeia de manchas alongadas. No peito e na barriga, a cor e esbranquiçada. As pernas são grossas, com patas grandes. O pêlo é curto e abundante. A região cervical, os pêlos são voltados para frente. A cauda pode atingir até 30% do comprimento total do corpo.
Vive em florestas densas ou vegetação do tipo parque. Trepa, com facilidade, em grandes árvores para caçar ou se esconder. Refugia-se em ocos ou covas ao pé de grandes troncos e em grutas. É um predador de importância no controle populacional de aves e mamíferos de porte pequeno e médio. De espectro alimentar amplo, não respeita nem os espinhos pontiagudos do ouriço-cacheiro (nas peles de museus e em fezes, é possível encontrar restos de espinhos deste roedor).
É um dos felinos mais bonitos do Brasil, que também está sofrendo seriamente a ação destruidora da humanidade.
Ocorre desde o Texas (EUA) até o norte da Argentina, tendo, no Rio Grande do Sul, um dos limites a sudeste de sua distribuição geográfica. Na região da campanha, litoral sul e sul da Serra do Sudeste, não há registros para a espécie.


==> Imagens: http://www.dkimages.com/discover/DKIMAGES/Discover/Home/Animals/Mammals/Carnivores/Families/Cats/Ocelots/Geoffroys-Cat/Geoffroys-Cat-4.html e http://museum.utep.edu/chih/theland/animals/mammals/ocelot.jpg

==> Textos: SILVA, Flávio. MAMÍFEROS SILVESTRES - RIO GRANDE DO SUL. 2ª ed. Porto Alegre, Fundação Zoobotânica do Rio Gande do Sul, 1994. 246 p.

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